Cultura

Horizonte Njinga Mbande aposta na profissionalização

Mário Cohen

Jornalista

A busca por uma maior profissionalização dos actores, de forma a garantir um produto artístico de qualidade para o público, é uma das principais metas da Companhia Horizonte Njinga Mbande para os próximos anos, informou, ontem, o director do grupo.

25/03/2021  Última atualização 10H56
Actores precisam ter a formação como principal base de referência para vencerem no mercado © Fotografia por: DR
Adelino Caracol, que fez um balanço das actividades do grupo por ocasião do Dia Mundial do Teatro, considera, ainda, fundamental elevar esta arte e os actores angolanos a um novo nível. Para tal, conta, têm um projecto para transformar a companhia numa produtora de conteúdos de TV, especializada em mini-série e filmes.

Devido a Covid-19, adiantou, muitas das cooperações de intercâmbio internacional com escolas brasileiras acabaram por não acontecer, mas pretendem erguer uma infra-estrutura capaz de suprir este problema a nível local. "Queremos criar um estabelecimento de ensino público, ligado ao Ministério da Educação. Vamos dar passos neste sentido”, revelou.

Para Adelino Caracol, já é hora de construir um novo Horizonte Njinga Mbande para a nova geração, com instalações próprias. "A Covid-19 mudou toda uma realidade, em especial em artes, como o teatro, que antes eram muito regulares. As Lives vieram colocar em cheque as fontes de arrecadação de muitos grupos. Actualmente não acredito no regresso repentino às salas, porém acredito que se insistirmos, colocando obras em cartaz, o público pode voltar com alguma renitência”, destacou.

Embora hajam dificuldades para a classe, disse, já é possível viver do teatro, caso as direcções dos grupos façam uma boa gestão. "Hoje fala-se muito da cultura e as artes têm mais espaço, por isso, com uma boa gestão, há artistas, de várias classes, a viverem dos trabalhos próprios”.
O teatro, continuou, é uma arte que precisa ser estudada, em termos económicos, porque a diversidade artística obriga os produtores a repensarem nas criações artísticas como fonte de rendimento familiar.

"Mas ainda há muitos desafios pela frente, em especial para o actor moderno, que precisa ter a formação como referência, visto que já temos no país escolas especializadas. Hoje o actor precisa ter fundamentos académicos sobre o que faz e procurar ser um profissional capaz de sustentar a família”, adiantou.

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