Sociedade

Insegurança alimentar afecta mais de 51 milhões de pessoas

César Esteves

Jornalista

O número de pessoas afectada pela insegurança alimentar nas zonas rurais e urbanas da África Austral passou de 41 milhões, entre 2019 e princípio do ano passado, para os actuais 51,3 milhões, impulsionado pela pandemia da Covid-19.

25/02/2021  Última atualização 17H24
Pandemia da Covid-19 e a seca agravaram a situação em várias partes da África Austral © Fotografia por: Edições Novembro
Os dados foram revelados pelo presidente do Comité Regional de Vulnerabilidade da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), António Pacheco Lima, com base num relatório sobre o impacto da Covid-19, na região, em todos os sectores.
Elaborado em Dezembro, pelo Fórum de Avaliação e Análise de Vulnerabilidade (VAA) da SADC, o documento, segundo António Pacheco Lima, revela a necessidade de os Estados-membros da SADC partilharem histórias de sucesso e os progressos no campo dos alimentos, enquanto a região estiver confrontada com a pandemia da Covid-19 e registar altos níveis de insegurança alimentar.

António Pacheco Dias Lima discursou, por videoconferência, a partir de Moçambique, na reunião Organizacional Anual do Programa de Avaliação e Análise de Vulnerabilidade (RVAA), convocada sob a presidência daquele país. "Os números de agora registados são os mais elevados alguma vez registados pelo RVAA, na SADC”, frisou, aventando a possibilidade de este quadro vir a aumentar com a pandemia.

É a primeira vez que a reunião Organizacional Anual do Programa de Avaliação e Análise de Vulnerabilidade é realizado no formato virtual, devido às restrições da Covid-19. Além de analisar as preocupações de saúde pública e o impacto em todos os sectores, a reunião visou juntar os comités de avaliação de vulnerabilidade nacionais, regionais e parceiros de cooperação internacional, para reflectirem sobre o trabalho realizado, no sentido de encontrarem as melhores soluções para os desafios.

A ideia é promover boas práticas na região. Os comités de avaliação da vulnerabilidade conduzem, tradicionalmente, avaliações presenciais anuais. Os dados são complementados com o uso de imagens de satélite de altíssima resolução para "mapeamento de pontos de acesso”, técnica inovadora adoptada para averiguar a insegurança alimentar.

Os dados são considerados importantes para Governos e parceiros, em acções humanitárias e de desenvolvimento para prevenir, preparar e responder às crises de insegurança alimentar. Em 2019, devido aos impactos da seca, Angola, Botswana, Lesoto, Namíbia e Zimbabwe declararam estados de desastre com base na análise dos comités de avaliação da vulnerabilidade.

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