Economia

Investimento Directo vai registar declínio

Os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) deverão permanecer moderados este ano e os países em desenvolvimento podem até mesmo ver um declínio acentuado nesse pilar crucial do crescimento, segundo alerta da Organização das Nações Unidas (ONU).

25/01/2021  Última atualização 18H48
Mercados africanos ressentem impacto no desenvolvimento © Fotografia por: Edições Novembro
Além disso, a recuperação não deve acontecer tão cedo e terá a forma de um "U”, explicou, no domingo, o director da Secção de Investimentos e Negócios da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), James Zhan, numa conferência de imprensa que serviu para a apresentação do relatório anual.
"Os fluxos globais de Investimento Directo Estrangeiro continuarão moderados em 2021, num contexto económico ainda muito afectado, a nível mundial, pela pandemia da Covid-19”, lê-se.

A agência da ONU prevê uma nova queda entre 5 e 10 por cento em relação ao ano anterior, que também foi marcado por um "colapso” de 42 por cento em relação a 2019, para 859 biliões de dólares.
Esta cifra, é 30 por cento menor que o nível mínimo durante a crise financeira de 2009 e traz o volume de investimentos aos níveis da década de 1990.

Conforme adianta o relatório, os investidores provavelmente continuarão a ser prudentes na alocação de recursos para activos produtivos no exterior, prevê o relatório, também destacando que a queda acentuada em novos projectos em 2020 (-35 por cento) é um indicador de que o IDE está em queda.
Segundo a publicação, nos países em desenvolvimento, esse indicador está no vermelho e as perspectivas para 2021 são uma fonte de profunda preocupação.

Embora o IDE tenha se mantido relativamente bem em 2020, os anúncios de novos projectos criados caíram drasticamente, em 46 por cento, nesses países, explica James Zhan.
O continente africano foi o mais afectado, com uma redução de 63 por cento, visto que o financiamento internacional de projectos (como os dispositivos financeiros de vários parceiros para grandes projectos de infra-estrutura) caiu 40 por cento, enquanto no conjunto dos países em desenvolvimento o retrocesso foi de 7 por cento.

"No entanto, investimentos deste tipo são fundamentais para as capacidades de produção, as infra-estruturas de desenvolvimento e, portanto, para as perspectivas de uma recuperação duradoura”, relata.
Já na América Latina e no Caribe, os investimentos em novos projectos foram cortados pela metade e na Ásia caíram 38 por cento.

Fusão e aquisição

"O aumento no fluxo de IDE, provavelmente, se deve a fusões e aquisições internacionais do que a novos investimentos em activos produtivos”, considerou a agência no relatório, com base na tendência de transacções anunciadas, por concluir.
As fusões-aquisições aumentaram no segundo semestre, principalmente no sector de tecnologia e saúde, que não foram tão afectado pela pandemia, e as empresas em busca de bons negócios devem aproveitar as baixas taxas de juros e a alta das acções que se verificam.

As empresas europeias devem atrair 60 por cento das transacções, mas Índia e Turquia também estão bem posicionadas, com número recorde de "vendas fechadas”, segundo os dados.

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