O autor disse que o livro "abre pistas para a realização de análises mais representativas (quantitativas ou qualitativas), que proporcionem um retrato global da relação dos cidadãos com os meios de comunicação social em Angola. O livro pode ser considerado pioneiro no campo dos estudos qualitativos de recepção dos medi em Angola, na sua abordagem sobre os acessos, usos, consumos e apropriações mediáticas de jovens universitários angolanos, particularmente os residentes na província de Benguela”.

Com 428 páginas, o livro procurou mapear os percursos sociais dos jovens e aferir as suas vivências  e experiências com os media e consumos culturais, no quotidiano. Além dos acessos, usos, consumos e apropriações dos media, o livro explora os modos como os jovens ajustam as suas rotinas pessoais e académicas em função da relação diária que mantêm com os diferentes tipos de meios de comunicação, tradicionais e novos.

O autor refere ainda que, ao longo da pesquisa, "quase não se fez alusão a nenhum sítio ou página online, material impresso ou audiovisual, repositório ou base de dados, artigos ou livros científicos ligados a uma instituição ou entidade universitária local ou nacional. Isto pode ilustrar algum desconhecimento ou desinteresse dos sujeitos pelos ambientes virtuais ou produções científico-académicas locais ou a ausência da universidade e produções científicas nas plataformas de media mais utilizados pelos jovens”.

O jornalista e docente universitário entende que "a presença da instituição e da produção científica universitárias nas plataformas digitais de comunicação é um imperativo do século XXI e, sobretudo da Sociedade da informação que se quer construir no país. É uma forma de de fomentar a performance dos processos institucionais, estimular a produção e a visibilidade científicas locais, e potenciar novas aprendizagens”.Impresso no Brasil pela Editora Alupolo, o livro aponta para alguma heterogeneidade de consumidores mediáticos, no entanto, refere que "predominam usos e consumos moderados, em relação aos meios de comunicação tradicionais, e usos e consumos intensos, em relação aos novos media”.
Perfil

Joaquim Domingos Freitas é Ph.D em Ciências da Comunicação, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Mestre em Didáctica de Ensino Superior, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela (ISCEDB) da Universidade Agostinho Neto (UAN). 

Pós-Graduado em Ciência Política, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa (UL). Licenciado em Ciências da Educação, pelo Instituto Superior de Ciências da Educação de Benguela (ISCEDB) da Universidade Agostinho Neto (UAN).