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Joe Biden entra na Casa Branca como 46º Presidente americano

O democrata Joe Biden, toma posse, hoje, como o 46º Presidente da história dos EUA e o mais idoso, com 78 anos a assumir o cargo. Biden volta à sede do Governo norte-americano quatro anos depois de deixar a Casa Branca como Vice-Presidente de Barack Obama.

20/01/2021  Última atualização 10H05
Joe Biden, toma posse, hoje © Fotografia por: DR
Para chegar ao cargo, o  novo Presidente derrotou o republicano, Donald Trump, numa eleição acirrada e atípica. O democrata obteve vitórias importantes em estados como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, que haviam sido conquistados pelo Partido Republicano nas eleições de 2016. A vitória de Biden consagra, também, uma trajectória política e pessoal marcada pela persistência diante da adversidade.
Biden conseguiu mobilizar apoio mesmo com a campanha atípica realizada na altura da pandemia. O início da corrida eleitoral não foi promissor para ele: ficou em quarto na primeira votação da disputa pela indicação democrata, realizada em Iowa, em Fevereiro. "Sempre há uma esperança", disse Joe Biden pouco depois da votação. Saiu-se, ainda, pior na votação seguinte, em New Hampshire. Um quinto lugar. Mas o seu desempenho começou a melhorar na terceira disputa, em Nevada, quando ficou em segundo.
A primeira vitória veio na votação seguinte, no estado da  Carolina do Sul, e, então, a sua candidatura engrenou.  Venceu 45 das 53 disputas seguintes, numa corrida que acabou por bipolarizar-se  entre ele e o congressista Bernie Sanders. Garantiu, assim, a candidatura democrata que desafiaria o republicano Donald Trump.
O "menino de ouro” do Partido Democrata
Biden projectou-se nacionalmente ao eleger-se como Senador ainda jovem. Formou-se em Direito na Universidade de Syracuse, em parte para ficar perto da ex-mulher que  conheceu durante as férias da faculdade. Começou na política de-pois de exercer a advocacia por um breve período numa grande empresa. Diz que ficou desiludido por representar ricos e poderosos e decidiu ser defensor público.
Disputou e ganhou uma vaga no Conselho do Condado de New Castle, que foi o seu improvável trampolim para o Senado e candidatou-se , após nenhum outro democrata expressar interesse em desafiar o republicano que ocupava o cargo havia dois mandatos. Aos 29 anos, tornou-se o segundo mais jovem a ser eleito para o Senado até então.A sua vitória alçou-o ao posto de "menino de ouro" de um Partido Democrata que foi massacrado em todo o país por Richard Nixon e os republicanos. Após a tragédia que atin-giu a família, Biden acabou por assumir a sua cadeira no Senado e fez juramento de posse no hospital de Delaware, onde os dois filhos recuperavam do acidente. O Presidente, cessante, Donald Trump, anunciou dias antes da cerimónia que não vai estar presente na tomada de posse  do seu sucessor, algo que só aconteceu por três vezes, a última das quais em 1869, quando Andrew Johnson também recusou marcar presença na tomada de posse de Ulysses S. Grant.


O "menino de ouro” do Partido Democrata

Biden projectou-se nacionalmente ao eleger-se como Senador ainda jovem. Formou-se em Direito na Universidade de Syracuse, em parte para ficar perto da ex-mulher que  conheceu durante as férias da faculdade.
Começou na política depois de exercer a advocacia por um breve período numa grande empresa. Diz que ficou desiludido por representar ricos e poderosos e decidiu ser defensor público.

Disputou e ganhou uma vaga no Conselho do Condado de New Castle, que foi o seu improvável trampolim para o Senado e candidatou-se , após nenhum outro democrata expressar interesse em desafiar o republicano que ocupava o cargo havia dois mandatos. Aos 29 anos, tornou-se o segundo mais jovem a ser eleito para o Senado até então.
A sua vitória alçou-o ao posto de "menino de ouro" de um Partido Democrata que foi massacrado em todo o país por Richard Nixon e os republicanos.

Após a tragédia que atingiu a família, Biden acabou por assumir  a sua cadeira no Senado e fez juramento de posse no hospital de Delaware, onde os dois filhos recuperavam do acidente.
O Presidente, cessante, Donald Trump, anunciou dias antes da cerimónia que não vai estar presente na tomada de posse  do seu sucessor, algo que só aconteceu por três vezes, a última das quais em 1869, quando Andrew Johnson também recusou marcar presença na tomada de posse de Ulysses S. Grant.


  GOVERNAÇÃO

Os principais desafios da nova Administração

Quando anunciou formalmente a entrada na corrida presidencial de 2020, Joe Biden  afirmou que defendia duas coisas: os trabalhadores que "construíram este país" e os valores que possam superar as divisões pessoais.
Ao assumir um país com grandes desafios, desde a devastação causada pela pandemia do novo coronavírus até à desigualdade racial, concorreu com uma plataforma que propunha a criação de novas oportunidades de trabalho e o restabelecimento de salvaguardas ambientais, alianças internacionais e protecções de saúde aos americanos.

 
Coronavírus

A proposta de Biden para enfrentar o avanço do coronavírus nos EUA é oferecer testes grátis à população e contratar 100 mil colaboradores para criar uma rede nacional de rastreamento de contactos de pessoas potencialmente infectadas.
O novo Presidente quer, pelo menos, dez centros de testagem em cada estado, convocar agências federais para alocar recursos para a equipa especial e usar especialistas das agências federais para dar uma orientação mais firme no âmbito nacional.
Biden defende, por exemplo, que todos os governadores devem tornar obrigatório o uso de máscaras.
Os eleitores que tradicionalmente desconfiam das autoridades federais vão ver isso como um abuso, mas a medida está em linha com a visão geral de Biden ou do Partido Democrata sobre o papel do Governo.


Emprego e rendimentos

Para fazer frente ao impacto causado pela pandemia da Covid-19, Biden comprometeu-se a gastar "o que fosse preciso" para estender os programas de concessão de crédito a pequenos negócios e aumentar o pagamento de auxílio de emergência  às famílias.
Entre as propostas, está um acréscimo de 200 dólares no benefício pago pela Segurança Social, com a consequente revogação dos cortes de impostos promovidos pelo seu antecessor.
A proposta de aumento do salário mínimo federal para 15 dólares por hora ecoou entre os eleitores mais jovens e virou uma espécie de símbolo da sigla em 2020.

Joe Biden mencionou, também, a intenção de investir cerca de dois triliões de dólares em energia renovável e defendeu produção sustentável como um caminho para fortalecer os trabalhadores sindicalizados, bastante presentes nesses sectores.
Há, ainda, a promessa de gastar, pelo menos, 400 mil milhões de dólares em compras governamentais direccionadas a produtos da indústria americana, alinhada ao compromisso de fortalecer leis que incentivem a compra de produtos feitos por empresas locais.


Questão racial

Na esteira dos protestos raciais que atingiram os EUA no ano passado, Biden disse acreditar que o racismo existe nos EUA e deve ser combatido por meio de amplos programas económicos e sociais de apoio às minorias. Um dos pilares do seu programa de "reconstrução" é criar suporte empresarial para as minorias por meio de um fundo de investimento de 30 mil milhões de dólares.
Na Justiça criminal, Biden afastou-se da posição muito criticada, de ser "duro contra o crime", dos anos 1990. Biden agora propôs políticas para reduzir o encarceramento, lidar com disparidades de raça, género e de rendimentos no sistema judiciário e reabilitar os prisioneiros libertados. Prometeu criar um programa de doações de 20 mil milhões de dólares para incentivar os estados a investirem em esforços de redução do encarceramento, eliminar as sentenças mínimas obrigatórias, descriminalizar a marijuana (liamba) e acabar com a pena de morte.


Mudança climática global

O novo Presidente americano classificou a mudança climática como ameaça existencial e disse que vai reunir o resto do mundo para agir mais rapidamente na redução das emissões, voltando no Acordo de Paris, do qual Donald Trump se retirou. A nova Administração vai comprometer o país com a redução dos gases de efeito estufa em até 28 por cento até ao ano de 2025.


Política externa

O Presidente eleito prometeu concentrar-se, primeiro, nas questões nacionais e continuar com o multilateralismo na política externa e o engajamento no cenário mundial, em oposição aos valores claramente isolacionistas de Trump.
Biden prometeu, também, consertar as relações com os aliados dos EUA, especialmente com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que Trump repetidamente ameaçou minar com os cortes de recursos.


Saúde

Biden diz que vai expandir o Obamacare, sistema que ampliou a cobertura da rede sanitária para as pessoas que nunca tiveram seguro no país, criado quando ele era Vice de Obama e implementar um plano para segurar cerca de 97 por cento dos americanos.
A todos os americanos o agora Presidente prometeu dar oportunidade de se inscreverem num seguro de saúde público, um plano que de acordo com o Comité para um Orçamento Federal Responsável, um grupo apartidário, vai custar  2,25 triliões de dólares em dez anos.

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