A exibição do espectáculo está inserida num projecto criado para dar mais sustentabilidade económica ao grupo e ajudar a desenvolver as artes e a cultura, bem como inspirar os jovens, em particular os residentes nas periferias.
"Fiéis Infiéis” é uma crítica drmamátiza sobre a actual mercantilização da fé, cujo argumento chama atenºao ao uso da Teologia para a prosperidade. A peça procura explorar a conciliação entre o homem e Deus, através dos intermediários deste processo, padres, pastores, profetas e monges, tidos como figuras de grande referência social.

Na peça, os actores analisam ainda, de forma crítica, a tendência de associar o pagamento do dízimo e de ofertórios, como veículos do estreitamento da relação com Deus, a tal ponto de os responsáveis por este processo viverem no luxo e os fiéis numa autêntica indigência apesar de serem os principais contribuintes.

O drama reflecte, ainda, de forma muito consciente sobre questões metafísicas que têm um impacto directo e histórico com a humanidade, olhar a verticalidade ética e rectidão do fiel face às crises que podem corromper a fé do indivíduo.
Os protagonistas da peça são António Kapangu (Pastor Pecossy), Paciência Rufino (Pastor Israel), Hilário Benjamim (Evangelista Denzu), Juliana dos Santos (Mamã Adelaide), Mateus dos Santos (Gutinho), Suzete dos Santos (Mimi), Feliciana Carlos (Mamã Olga) e Filomena Anita (Irmã Prisca).

O grupo Jovens da Mulemba foi fundado em 2011. Inicialmente participava nas actividades "Poesia na Mulemba”, uma produção da Universidade Hip-Hop e do colectivo Levar’te.
No fim desta fase, o grupo foi divulgando novos trabalhos, fazendo performances em escolas, hospitais, igrejas e Organizações não Governamentais. Tudo mudou quando em 2018 levou à LAASP a peça "Meu Telefone, Nossa Privacidade”. Desde aquela data, o grupo tem actuado regularmente, desde o final de 2020,  na LAASP, uma vez por mês, com uma audiência diversificada, devido a  temática das peças.

Actualmente, o grupo Jovens da Mulemba é um dos de maior referência no teatro feito nas zonas periféricas da capital, com espectáculos, cujo enredo aborda aos problemas de várias comunidades dos bairros de Luanda. Este ano, o colectivo foi o vencedor, em Fevereiro, da gala de premiação da Nova Geração, como o grupo do ano, em Angola, na categoria de Teatro, numa iniciativa da "Voz Activa”.