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Justiça moçambicana quer tribunais para crimes de guerra

A ministra da Justiça de Moçambique pediu, ontem, a criação de tribunais específicos para julgar crimes de guerra em Cabo Delgado, onde as forças governamentais combatem grupos insurgentes há três anos.

20/04/2021  Última atualização 11H00
© Fotografia por: DR
"É preciso reforçar e capacitar os tribunais de modo que haja um tratamento próprio para estes diferentes tipos de crime”, declarou Helena Kida, falando à Comunicação Social, à margem de um evento público em Maputo.

A província de Cabo Delgado, Norte do país, é alvo, há três anos, de ataques classificados como terroristas, incursões que já causaram a morte de, pelo menos, 2.500 pessoas, segundo contabilidade feita pela Lusa, e uma crise humanitária com mais de 700 mil deslocados, segun-do as Nações Unidas.Para a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, a criação de tribunais específicos para julgar crimes cometidos no conflito poderia garantir maior eficácia à actuação dos órgãos de Justiça. "Há necessidade de se ajustar as medidas para este tipo particular de crimes”, frisou a governante.

A violência armada em Cabo Delgado ganhou uma nova escalada a 24 de Março, quando grupos armados atacaram, pela primeira vez, a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projectos de gás natural. Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residen-tes de Palma com destino aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e, sobretudo, Pem-ba (a capital provincial).
Morte de rebeldes
As Forças governamentais moçambicanas abateram 41 "insurgentes” entre 28 e 30 de Março, na sequência dos confrontos que se seguiram ao ataque rebelde do dia 24 à vila de Palma, disse ontem à Lusa um porta-voz militar.Chongo Vidigal, porta-voz das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no Norte, avançou que 37 combatentes do grupo armado que atacou Palma foram contabilizados em vários pontos da vila e quatro foram encontrados, há quatro dias.

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