Desporto

Justiniano Araújo lamenta postura da Comissão Eleitoral

Armindo Pereira

Jornalista

Justiniano Araújo, candidato à presidência da Federação Angolana de Ciclismo (FACI), vê com “muita tristeza” o surgimento de clubes e associações durante o período que antecede o pleito, e ao mesmo tempo lamenta a falta de rigor da parte da Comissão Eleitoral (CE) por não ter levado em conta os requisitos que estes devem ter para fazer parte da população votante.

06/03/2021  Última atualização 08H00
Justiniano Araújo, um dos candidatos, lamenta a forma como o processo está ser conduzido © Fotografia por: DR
As mais de quatro décadas dedicadas ao desporto predilecto estão na base da pretensão para concorrer as eleições de renovação dos corpos gerentes para o ciclo olímpico 2020/2024. No entanto, por conta dos  "indícios claros de fraude”, começa a vislumbrar a pretensão de revitalizar a modalidade cada vez mais goradas.

"Estou satisfeito com o retorno que tive nas províncias onde realmente há mais de oito anos pratica-se a modalidade. Luanda com 7 clubes e Benguela com 3. Para o nosso espanto, foram criadas a última da hora equipas novas, assim como associações provinciais, sem requisitos para fazerem parte da massa votante. Tudo porque nos últimos dois anos não realizaram qualquer actividade. A lei é clara”, explicou.

Segundo o candidato, boa parte da população votante foi criada entre Setembro e Novembro de 2020, o que no seu entender traduz-se numa "grande desonestidade” de alguns colegas do elenco cessante, onde desempenhou a função de vice-presidente desportivo.  
No entanto, disse estar disposto a recorrer as instâncias judiciais e, se necessário for, contactar o mais alta entidade do país: "O Presidente da República, João Lourenço, é um homem do ciclismo e comprometido com a modalidade. Caso seja possível, estamos dispostos a solicitar uma audiência e expor a situação”, revelou.        

"A lista A foi subscrita pela Associação Provincial de Ciclismo de Cabinda. No entanto, a presidente desta organização, Monique Valsau, não tem conhecimento de nada, quando cabe a ela assinar a subscrição. Falamos com ela e foi a própria quem nos confirmou este facto”, revelou Araújo.
O director de campanha da lista B, Mácio Guevara, fez saber que a proposta de candidatura foi subscrita pelas associações provinciais de Luanda e Benguela, bem como dos clubes BAI/ SICASAL Petro e Jair Transportes.

O antigo campeão nacional recordou que a prática de se criar clubes em vésperas dos processos eleitorais não é de agora. Em 2005 foram mais de 40 agremiações , segundo disse. Lamentou o facto das entidades desportivas não seguirem o novo paradigma que o país tende a seguir, voltado para transparência.
"Nós alegamos todos os pressupostos da lei, provamos a Comissão Eleitoral que deviam proceder de forma diferente. Infelizmente quem devia velar pela transparência tem estado a agir de forma parcial. Tínhamos esperanças que o processo seguiria o curso normal mas não é o que se está a verificar, a postura é musculada, cheia de contradições”, disse.

Segundo ainda Guevara, o Regulamento Eleitoral é suficientemente claro quanto, cabe a CE verificar a elegibilidade da população votante: "mas eles negam-se a confirmar a legalidade. Simplesmente limparam as mãos, contrariando o artigo 12º sobre as atribuições deste órgão regulador”, lamentou.  

 Sobre os vários projectos de gestão da FACI, a Lista A pretende manter o nível de ciclismo existente neste momento, evitar esforços para o surgimento de novas equipas, fora da capital, dar continuidade a massificação da classe feminina, fazer do ciclismo uma modalidade de referência no país, promover as acções no ranking da Confederação Africana bem como na União Ciclista Internacional (UCI).
Justiniano Araújo deixou claro que a campanha será dirigida aos clubes e associações com elegibilidade reconhecidas pela lei.

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