Economia

Leste lança desenvolvimento com indústrias de lapidação

Armando Sapalo | Dundo

Jornalista

O Executivo perspectiva instalar 30 fábricas de lapidação de diamantes em algumas zonas de exploração do minério nas províncias da Lunda-Sul e Lunda-Norte, para o relançamento do desenvolvimento da região leste do país.

06/05/2021  Última atualização 11H55
© Fotografia por: DR
A ideia, explicou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, é instalar 26 fábricas de lapidação em Saurimo, capital da Lunda-Sul, e quatro na cidade do Dundo, na Lunda-Norte. Neste sentido, no quadro da valorização do diamante produzido em Angola, começou a instalação do Pólo de Lapidação de Diamantes em Saurimo, que deve entrar em funcionamento ainda este ano, com quatro fábricas. Ali, os interessados em investir na lapidação terão todas as condições de segurança e de infra-estruturas.

Além de fábricas, o  pólo de desenvolvimento diamantífero em referência terá uma escola, para a formação de lapidadores nacionais. Sob tutela da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), em-presa estatal, a escola deve ainda contar com o apoio institucional da Endiama. Actualmente, iniciativa do género já funciona em Saurimo, numa infra-estrutura provisória, na qual estão a ser formados 35 jovens, para assegurarem a actividade das futuras fábricas de lapidação.O Pólo de Lapidação de Saurimo terá também uma outra escola de formação técnica profissional, adstrita à Endiama, que deverá preparar jovens angolanos em diversas áreas vitais e de fortalecimento do sector diamantífero da região.
Outros investimentos

Além da da Lunda-Sul, consta na carteira de projectos estruturantes do subsector dos diamantes a instalação de fábricas de lapidação na ci-dade do Dundo, Lunda-Norte. Previsões do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás apontam, para este ano, a instalação de pelo menos uma fábrica de lapidação de diamantes na Lunda-Norte. Aos operadores mineiros da Lunda-Norte, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, informou há dias que a   lapidação de diamantes em Angola não se afigura uma tarefa fácil, mas, a aposta do Executivo visa alcançar, a médio e longo prazos, com as 26 fábricas a instalar em Saurimo e as projectadas para o Dundo, pelo menos 10 por cento das intenções. "Queremos atingir 10 por cento das intenções, mas é necessário o esforço de todos, para acrescentarmos valor ao nosso diamante, criar mais empregos e promover, no futuro, a indústria de joalharia”, admitiu o ministro.Quanto à produção industrial de diamantes, Diamantino de Azevedo disse que, com a transferência definitiva da sede da Endiama Minning – o braço operacional da companhia estatal,  para a cidade do Dundo, abrem-se novas perspectivas, em termos de dinamização e acompanhamento dos investimentos.

Segundo o ministro, "não se trata de uma operação cosmética, mas de um compromisso já assumido pelas estruturas centrais junto do governador Ernesto Muangala, sobre a necessidade de a Endiama reforçar a sua presença na província da Lunda-Norte, melhorar a sua actuação e estar próximo dos operadores diamantíferos, para que, aos poucos, se vá tornando  mais activa a parte operacional.De referir, que foi também transferida para a Lunda-Norte a sede da Fundação Brilhante, com o objectivo de se reforçar nas comunidades a responsabilidade social da  Endiama e restantes empresas diamantíferas. Para Diamantino de Azevedo, as empresas diamantíferas devem empenhar-se mais, em prol da juventude e do desenvolvimento económico da província e do país. O ministro disse estar ciente de que a presença da Fundação Brilhante na Lunda-Norte atribuirá mais vantagens aos projectos sociais.

Projecto mineiro Furi  
O Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás dá também grande valor ao nível de organização e compromisso de responsabilidade social do Projecto Mineiro Furi, fixado na localidade do Fucauma, município do Cambulo, Lunda-Norte. Ao inaugurar o Projecto Mineiro Furi, Diamantino de Azevedo mostrou-se satisfeito com a actividade geológica que está a ser de-senvolvida na concessão, cuja prospecção vai permitir que se aumente e se garantam reservas para as empresas diamantíferas. Agregado a esse valor positivo, está o facto de parte do equipamento de tratamento de minério, a ser instalado nos próximos dias na mina do Furi, ter sido produzido em Angola.

Articulação entre parceiros

O governador da Lunda-Norte, Ernesto  Muangala, afirmou que o Governo Provincial vai estar em permanente articulação com a Endiama, para acompanhar todos os projectos sociais da Fundação Brilhante, principalmente a questão da empregabilidade.  Ernesto Muangala destacou que a transferência das sedes da  Fundação Brilhante e da Endiama Minning para a Lunda-Norte faz jus à história, a semelhança do passado, em que a então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang) tinha sede no Dundo. 

Por sua vez, o Rei do poder tradicional Lunda, Muatxissengue Wa Tembo, considerou que o impacto da exploração dos diamantes na vida das comunidades está muito longe do esperado, mas a transferência das sedes da  Fundação Brilhante e da Endiama Minning para a Lunda-Norte representa um passo importante e excelente trabalho que a diamantífera estatal começa a desenvolver. O soberano apontou o desemprego no seio da juventude como sendo um dos maiores problemas que afligem as populações das províncias produtoras de diamantes. 

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