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Líder do PAIGC anuncia regresso a Guiné-Bissau

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, anunciou, ontem, que volta hoje à Guiné-Bissau, numa mensagem na rede social Facebook, citada pela Lusa.

12/03/2021  Última atualização 09H31
Dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde diz que vai assumir lugar na Assembleia Nacional © Fotografia por: DR
O líder do PAIGC acrescentou que vai assumir o seu lugar de deputado na Assembleia Nacional Popular.
Domingos Simões Pereira disse também que vai convocar reuniões dos órgãos superiores do partido e para todos estarem preparados para transformar aquelas reuniões em encontros "históricos”, durante os quais tudo será discutido.
Simões Pereira disputou as eleições presidenciais do final do ano passado com o actual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que assumiu o poder sem esperar pelo resultado do contencioso eleitoral que decorreu no Supremo Tribunal de Justiça.

Na sequência da tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, do PAIGC, tendo nomeado um outro chefiado por Nuno Gomes Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), e que inclui o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), o Partido de Renovação Social e elementos de movimentos que apoiaram a sua candidatura.
Aristides Gomes esteve refugiado na sede da representação da Organização das Nações Unidas, em Bissau, quase um ano, e saiu da Guiné-Bissau há cerca de um mês.

O Governo de Aristides Gomes foi formado na sequência das eleições legislativas de 2019, ganhas pelo PAIGC, que conseguiu a maioria no Parlamento com base numa coligação com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para a Mudança.
O Governo de Nuno Nabian conseguiu aprovar o seu programa no Parlamento, bem como os orçamentos de Estado de 2020 e 2021 com o apoio de cinco deputados do PAIGC.
Domingos Simões Pereira tinha anunciado, recentemente, numa mensagem nas redes sociais aos seus apoiantes, a intenção de regressar à Guiné-Bissau.


  Morreu Saturnino da Costa

O antigo Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau Manuel Saturnino da Costa morreu, quarta-feira à noite, em Bissau, aos 78 anos, vítima de doença, disseram à Lusa fontes familiares.
Nascido em Bolama, no arquipélago dos Bijagós, Saturnino da Costa foi militante e dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), do qual foi um dos comandantes durante a luta armada pela independência, tendo sido amigo e companheiro de Amílcar Cabral.

Conhecido no país pelo nome de "comandante Manuel Saturnino”, o ex-militar e político incompatibilizou-se com a actual liderança do PAIGC, passando a ser conotado com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), partido fundado por dissidentes do PAIGC.
Ainda assim, o actual presidente do partido, Domingos Simões Pereira, lamentou a morte do histórico do PAIGC e ofereceu a sede do partido para as exéquias.

Manuel Saturnino da Costa foi Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau entre 26 de Outubro de 1994 e 6 de Junho de 1997, um dia antes de iniciar um conflito político-militar que duraria 11 meses, levando à deposição, pelos militares, do então Presidente guineense, João Bernardo ‘Nino’ Vieira.
O histórico do PAIGC ocupou várias pastas ministeriais desde a independência da Guiné-Bissau, foi conselheiro de Estado e exerceu outros cargos do Estado guineense.

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