Cultura

Lopito Feijó é distinguido pelo conjunto da obra

A divulgação da vida e obra dos autores angolanos é um passo fundamental à valorização destes, defendeu, ontem, em Luanda, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela, por ocasião da distinção de Lopito Feijó, com o prémio literário Guerra Junqueiro, a ter lugar amanhã, às 17h00, em Luanda.

20/04/2021  Última atualização 11H35
Poeta é homenageado amanhã em Luanda © Fotografia por: Maria Augusta | Edições Novembro
Para o secretário-geral da UEA, é preciso um maior trabalho de divulgação das obras dos autores angolanos, de forma a que os textos destes não estejam limitados às fronteiras nacionais. "É ainda uma forma de levar a cultura e a identidade angolana à outros países”, defendeu.

O reconhecimento de instituições internacionais ligadas às letras, como a feita a Lopito Feijó, representa, para David Capelenguela, um ganho à literatura angolana e para a comunidade lusófona.Esses prémios, explicou, incentivam à criação literária, circulação, distribuição e o aumento do conhecimento dos escritores, sobretudo os lusófonos. "Essas distinções vão permitir dar outra dinâmica às artes, principalmente no domínio das letras e promover o intercâmbio cultural”.

O prémio, realizado desde 2017 em Portugal, vai ajudar, acrescentou, a promover e a tornar as obras e os escritores no país mais conhecido. Porém, o reconhecimento de Lopito Feijó, frisou, pode servir como um factor impulsionador às novas gerações de escritores.Os escritores Ana Luísa Amaral (Portugal), Tony Tcheka (Guiné-Bissau), Calane da Silva (Moçambique - a título póstumo) e Jorge Carlos Fonseca (Cabo Verde) são os outros laureados desta edição do prémio, que ainda não o receberam por causa da pandemia. Os cinco premiados vão receber a distinção em cerimónias nos respetivos países. Este ano, a organização pretende estender o prémio aos restantes países de Língua Oficial Portuguesa.

No caso de Angola, o prémio é entregue amanhã, na UEA, pela curadora Avelina Ferraz, que já se encontra no país desde sexta-feira passada. O objectivo da distinção, defende David Capelenguela, é destacar autores e poetas contemporâneos cuja obra reflicta a mesma força e capacidade de intervenção, como a escrita irreverente de Guerra Junqueiro, um poeta responsável por várias transformações.

Instituído em 2017, o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2020, promovido no âmbito do Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), para saudar a vida e obra do poeta Guerra Junqueiro (1850-1923), tido como "uma referência inquestionável da literatura portuguesa", já foi atribuído a Manuel Alegre, Nuno Júdice e José Jorge Letria (Portugal).

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