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Mais 300 alunas raptadas no Noroeste da Nigéria

Dezenas de homens armados invadiram os dormitórios de uma escola feminina no Noroeste da Nigéria durante a noite de quinta-feira e raptaram um “grande número” de raparigas, disse à France Press um professor do estabelecimento de ensino.

27/02/2021  Última atualização 08H25
Boko Haram mantém táctica de raptos para depois exigir dinheiro em troca pela libertação © Fotografia por: DR
"Mais de 300 raparigas estão dadas como desaparecidas”, disse mais tarde à AFP Sadi Kawaye, professor da escola de Jangebe, no Estado nigeriano de Zamfara. Trata-se do mais recente rapto de um grande número de estudantes, sob resgate, no país.

Este novo ataque a uma escola, surge no mesmo dia em que um grupo de sequestradores libertou 53 reféns, incluindo 20 mulheres e 9 crianças, que haviam sido sequestrados durante cinco dias num autocarro na aldeia de Kundu no Estado de Níger, Nigéria, conforme foi confirmado pelas autoridades locais, citadas pela BBC.

Abubakar Sani Bello, o governador do Estado do Níger, referiu que liderou uma equipa que manteve, durante uma semana, diálogo e consultas para garantir a libertação destes reféns. "Ainda temos alunos da escola secundária de ciências em Kagara e tudo está a ser feito para garantir que eles sejam libertados o mais rápido”, disse.

Neste momento não se sabe se foi pago um resgate pela liberação dos passageiros do autocarro, agora libertados, que passaram por exames médicos antes de se reunirem com as suas famílias. Grupos de criminosos, conhecidos localmente como "bandidos” nas regiões Noroeste e Central da Nigéria, aumentaram os ataques nos últimos anos, com sequestros, estupros e pilhagens. Estes grupos são em grande parte movidos por motivos financeiros e não têm tendências ideológicas conhecidas.

Na quarta-feira, pelo menos, 18 pessoas morreram e várias ficaram feridas em ataques de "bandidos”, no Estado de Kaduna, Norte da Nigéria. Os criminosos chegaram de motocicleta, à noite, e invadiram várias aldeias nos distritos de Igabi e Chikun, disparando contra os habitantes, queimando casas e roubando gado, disse o ministro da Segurança Interna no Estado de Kaduna, Samuel Aruwan, através de uma declaração.

"As agências de segurança relataram vários ataques de bandidos armados contra civis nas áreas governamentais locais de Igabi e Chikun, nas últimas 48 horas, os quais provocaram 18 mortos e um número ainda desconhecido de feridos2, disse o ministro.
Estes ataques, acrescentou, foram uma retaliação por "operações aéreas dirigidas” e realizadas contra estes "bandidos” que aterrorizam a população, roubam gado e realizam raptos em massa no noroeste e Centro-Oeste da Nigéria.

  Reaberta fronteira com o Benin

A Nigéria decidiu reabrir, ontem, as fronteiras com os vizinhos Benin e Níger, que impôs em Agosto de 2019 para conter o contrabando, disse o Governo citado pela Reuters. "Quatro fronteiras terrestres serão reabertas imediatamente enquanto as outras serão até 31 de Dezembro”, disse o ministro das Finanças Zainab Ahmed, numa conferência de imprensa.
Segundo as instruções do Presidente Muhammadu Buhari, "a proibição da importação de arroz, aves e outros produtos ainda subsiste e será implementada pelas equipas de patrulha de fronteira”, disse.

Buhari surpreendeu os vizinhos da Nigéria quando, inesperadamente, decidiu fechar as fronteiras do país para o comércio de mercadorias, dizendo que chegou a hora de esmagar o contrabando.
O movimento unilateral foi criticado por violar tratados comerciais e de liberdade de circulação assinados sob a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). O encerramento das fronteiras teve um grande impacto no Benin, um importante exportador de alimentos para o país mais populoso da África através do porto de Cotonou.

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