Sociedade

Mais bens a caminho para vítimas da seca

O secretário de Estado para a Acção Social, Lúcio Amaral, acompanhou, ontem, em Luanda, a partida de dois camiões com 63 toneladas de bens alimentares e não alimentares com destino à província do Cuando-Cubango.

15/05/2021  Última atualização 08H55
© Fotografia por: DR
O donativo visa acudir cerca de 12 mil famílias afectadas pela estiagem, pelas cheias provocadas pela chuva, bem como por pragas de gafanhotos. Vários campos agrícolas foram devastados e algumas casas destruídas, deixando diversas famílias ao relento. Os apoios devem ser distribuídos pelos nove municípios da província (Cuchi, Menongue, Rivungo, Mavinga, Cuito-Cuanavale, Cuangar, Calai, Dirico e Nankova). O secretário de Estado para a Acção Social avançou que o Executivo vai continuar a apoiar as famílias sinistradas, para "mitigar a situação de vulnerabilidade e de risco social em que se encontram”.  
Cunene clama por alimentos 

Os estragos causados pela estiagem e pela praga de gafanhotos que assola alguns municípios da província do Cunene levaram a população a clamar por bens alimentares, como milho, feijão, fuba, arroz e massango, em vez de utensílios como material de construção e roupas usadas. Olga Ndelikeuka, vítima da invasão de gafanhotos, residente na localidade de Oipembe, disse ao Jornal de Angola que os bens não alimentares também são necessários, mas não são a prioridade, numa altura em que a população enfrenta escassez de alimentos devido à seca que se regista na região. Olga Ndelikeuka explicou que "todas as ofertas são bem-vindas”. "Mas é preciso estabelecer prioridades para minimizar a carência alimentar”, disse. 

Para Olga Ndelikeuka, as ofertas não-alimentares podem ser entregues em momentos de inundações, por exemplo. Maria Wandi, habitante de Bulunganga, disse que neste momento todos os bens alimentares são necessários, porque a população do Cunene, em especial nos municípios do Curoca e Cahama, está a atravessar momentos difíceis. Dados do Governo da Província do Cunene dão conta que 558 mil pessoas estão a ser afectadas pela seca e que 908 lavras foram devastadas pela praga de gafanhotos. Três mil cidadãos refugiaram-se na República da Namíbia à procura de assistência alimentar. A governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, apelou à solidariedade nacional para acudir os mais carenciados. 
Miguel Gomes e Quinito Kanhameni | Ondjiva 

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Sociedade