Nuno Mahapi, que falava no encontro com os membros do Conselho de Auscultação e Concertação Social e da Comunidade, para avaliar e encontrar soluções imediatas para a população mais afectada pela seca, defendeu acções urgentes para  apoiar as famílias mais vulneráveis, sobretudo crianças e idosos. 

"Temos que reagir. Precisámos do contributo das pessoas para apoiar a comunidade que vive na pele a situação da seca”, disse, admitindo ter sido um encontro proveitoso, porque foi possível aperfeiçoar a metodologia a ser adoptada na distribuição de bens alimentares às populações.Para o governador, acudir às famílias não é ir ao encontro delas hoje, mas sim ter  capacidade de resposta. Por isso, considerou que é importante que haja contribuições sustentáveis para inverter o actual quadro de penúria. 
Uma outra situação a reter tem a ver, segundo o responsável, com o facto das famílias terem gado como riqueza activa, daí a necessidade de se definir o preço verdadeiro a ser praticado na venda do animal. Neste particular, os participantes ao encontro defenderam que um bovino deve custar entre 100 e 500 mil kwanzas e não abaixo deste preço, uma forma de se proteger a riqueza do povo.

"Das informações obtidas,  as famílias estão a vender um boi por menos de 50 mil kwanzas, o que tem contribuído para a pobreza desta população. É nossa obrigação evitar que isso prossiga”, disseram os participantes ao encontro. O governador da Huíla   disse que é papel dos conselheiros darem o contributo relativamente ao preço da venda de um bovino a ser praticado oficialmente em função do tamanho, altura e tempo de vida.

Desencorajou a venda do gado a preços irrisórios, por que o valor praticado não gera sustentabilidade. Garantiu que o Governo vai investir em infra-estruturas sustentáveis, como barragens,  salientando que se está numa fase primária e fundamental para se resolver o problema da seca, sem descurar as acções de emergência que já estão em curso. Reconheceu, por outro lado, que a situação da seca pode complicar-se, não só para o município dos Gambos, mas também para a província, por se tratar de um assunto sério. 

Os municípios tradicionais na produção de cereais e não só, que alimentam os grandes centros urbanos (Caluquembe, Caconda, Chipindo, Matala”, este ano não produziram, face à estiagem prolongada que se vive. Nuno Mahapi disse que, apesar da seca, o município dos Gambos tem muito a ensinar, e é  obrigação e dever do Governo dar solução aos problemas. Participaram no encontro,   representantes da sociedade civil , associação de criadores de gado tradicional e igrejas.