Coronavírus

Médicos alemães pedem regresso a restrições rígidas

A associação alemã de médicos intensivistas pediu ontem um regresso imediato a restrições mais rígidas para conter a terceira vaga de Covid-19.

18/03/2021  Última atualização 11H04
Médicos alemães © Fotografia por: DR
"Com base nos dados que temos e devido à disseminação da estirpe detectada inicialmente no Reino Unido, defendemos veementemente voltar ao confinamento agora para evitar uma terceira vaga forte", disse o director científico da associação de médicos intensivistas, Christian Karagiannidis, em declarações à rádio pública.

Se o Governo e as regiões não restabelecerem imediatamente restrições severas, o número de doentes em cuidados intensivos, que actualmente é de 2.800, pode subir rapidamente para "cinco ou seis mil" se "dermos ao vírus a oportunidade de se espalhar", alertou.

"Não temos nada a ganhar por 'abrir' a próxima semana ou as próximas duas semanas, porque chegaremos a um nível elevado de contágios muito rapidamente e será duas vezes mais difícil baixar os números", avisou o médico. As autoridades de saúde alemãs têm alertado, nos últimos dias, para o impacto de uma terceira vaga de infecções ligada à disseminação da estirpe detectada inicialmente em solo britânico, que está a aumentar o número de infecções.

"A extrapolação das tendências mostra que devemos esperar um aumento do número de casos na primeira semana de Abril em relação aos do Natal", referiu no sábado o Instituto Robert Koch, responsável pelo acompanhamento epidemiológico na Alemanha.
A taxa de incidência a sete dias, que também aumenta há uma semana, pode chegar a 350 casos por cada 100 mil pessoas, contra os 82,9 registados ontem. O presidente do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, estimou na quinta-feira que "a terceira onda já tinha começado na Alemanha".

O país mantém várias restrições significativas, como bares, restaurantes, espaços culturais e desportivos e lojas considerados não essenciais encerrados, mas as escolas e creches reabriram no final de Fevereiro e a pressão relativamente a contactos pessoais foi diminuída. O balanço da actual situação e eventual adopção de novas medidas serão anunciados em 22 de Março pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelos líderes dos 16 estados regionais.

O Governo deverá, entretanto, enfrentar um clima de tensão, já que a sua estratégia de vacinação é criticada por todas as partes. O partido conservador de Angela Merkel, também atingido por vários escândalos de deputados suspeitos de enriquecerem com o fornecimento de máscaras, registou duas derrotas pesadas nas eleições regionais de domingo.

A Alemanha registou nas últimas 24 horas mais 6.604 casos de infecção por SARS Cov-2 e 47 mortes, de acordo com dados do Instituto Robert Kock, que revelam um agravamento face à segunda-feira passada.  Na segunda-feira da semana passada tinham sido contabilizadas 5.011 infecções e 34 mortes. 

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