Coronavírus

Médicos em Paris alertam para sobrecarga nos cuidados intensivos

Médicos dos cuidados intensivos em Paris afirmaram ontem que o aumento do número de casos de Covid-19 pode em breve sobrecarregar a sua capacidade para tratar dos doentes e forçá-los a escolher que pacientes tratar.

29/03/2021  Última atualização 14H37
© Fotografia por: DR
O aviso foi feito ontem num artigo de opinião assinado por 41 médicos da região de Paris, publicado no Le Journal du Dimanche e surge numa altura em que o Presidente francês, Emmanuel Mácron, tem defendido a decisão de não avançar com um confinamento total do país, como fez em 2020. Desde Janeiro, o Governo liderado por Macron tem imposto um recolher obrigatório e outro tipo de restrições.

Mas, com o número de infecções a aumentar e os hospitais a ficarem com falta de camas nos cuidados intensivos, os médicos têm pressionado o Governo para um confinamento total.
"Nós nunca conhecemos uma situação como esta, nem durante os ataques terroristas", afirmaram os médicos no artigo publicado no Le Journal du Dimanche, referindo-se aos actos reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico em 2015, que mataram mais de 130 pessoas e encheram as urgências de Paris com feridos. Os médicos prevêem que as restrições mais leves impostas neste mês em Paris e noutras regiões não vão rapidamente colocar a situação epidemiológica sob controlo.

Os profissionais de Saúde alertam que os recursos dos hospitais não terão capacidade para dar resposta a todas as necessidades, forçando-os a praticar "medicina de catástrofe" nas próximas semanas.
"Seremos obrigados a triar os pacientes para salvar o máximo de vidas possíveis. Esta triagem vai afectar todos os pacientes, com e sem Covid-19, particularmente para doentes adultos", notaram.

Macron continua a recusar avançar com um confinamento total, como outros países europeus fizeram no início deste ano, mesmo quando se registam mais de 2.000 mortes por semana que empurram o país para o número de 100 mil vidas perdidas para a pandemia.

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