Política

Ministro de Estado anuncia incentivos para a produção

Venâncio Victor | Malanje

Jornalista

O Executivo está a criar vários incentivos ao sector privado, em particular o da agricultura para o aumento da produção nacional, através de mecanismos de facilitação de créditos, benefícios fiscais e a alteração da pauta aduaneira, anunciou, ontem, em Malanje, o ministro de Estado para a Coordenação Económica .

14/02/2021  Última atualização 11H05
Manuel Nunes Júnior visitouMalanje na sexta-feira e ontem © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
Manuel  Nunes Júnior, que falava no final de visitas a fazendas agrícolas, em Cacuso, como Quizenga, Cristalina e PIP, disse que o objectivo é fazer que a produção nacional seja protegida e contribuir para a sua exportação.
O governante explicou que "tudo isso está a ser feito na base de um processo organizado e sistemático para Angola poder mudar, definitivamente, a sua estrutura económica”. "É isso que pretendemos e penso que os resultados começam a ser visíveis no sector privado, pois é para satisfazer as expectativas criadas pelo Executivo”, disse

Manuel Nunes Júnior reiterou que o foco da acção governativa tem sido o aumento da produção e a revitalização do sector para haver uma economia mais sustentável, que evite a dependência do petróleo e gere receitas tributárias e exportações.
O Executivo, disse, está a trabalhar para que o país tenha uma economia sustentável para a estrutura da economia ser modificada profundamente, evitando-se a vulnerabilidade da dependência de um único produto, o petróleo.

Manifestou satisfação pelo nível de produção de milho nas fazendas visitadas, em particular na Cristalina, com cerca de mil hectares cultivados e na PIP, com 1.500 hectares.
Na óptica do ministro, a existência de mais fazendas com as mesmas características pode contribuir para que Angola, nos próximos anos, tornar-se auto-sustentável em cereais e comece a pensar na exportação.

Seca no país

Sobre a seca que assola o país, garantiu que, apesar de ser um fenómeno natural, estão a ser tomadas as medidas para fazer face alguns prejuízos, mas espera que a estiagem não se prolongue por mais tempo.
Em Malanje, Manuel Nunes Júnior foi informado da realidade social e económica da província e dos projectos paralisados por falta de financiamentos, no caso a centralidade e as obras de abastecimento de água de Cangandala.

Durante a visita de dois dias, iniciada, sexta-feira, Nunes Nunes Júnior reuniu com membros do governo provincial e com empresários, para debelar alguns constrangimento na execução de alguns projectos em curso.
Efectuou, igualmente, visitas à fábrica de madeira Abwik, as obras integradas da cidade de Malanje, ao bairro da Canâmbua, centralidade local e projectos de abastecimento de água.

O ministro de Estado visitou, também, a Companhia de Bioenergias de Angola (BIOCOM), que, para este ano, tem a previsão de produzir 120 mil toneladas de açúcar.
António Soares, responsável da Fazenda Cristalina, disse estar a trabalhar para contribuir no desenvolvimento da produção nacional, tendo em conta a aposta do Governo neste sentido.
A seca afectou cerca de 50 por cento da produção, mas António  Soares acredita qaue ainda é possível obter uma colheita 6,2 hectares.

  Importação de alimentos reduziu 24 por cento

Angola registou, durante  o ano passado, uma redução, na ordem dos 24 por cento, a importação de bens alimentares, revelou ontem, em Malanje, o ministro de Estado para a Coordenação Económica.
Manuel Nunes Júnior, que prestou a informação durante um encontro  com empresários e agricultores, realçou que isso demonstra que o país passou a consumir mais da produção nacional do que produtos importados.

Disse ser preciso continuar com esta trajectória para que, num período de, aproximadamente, dez anos, o país seja diferente em termos da estrutura e de solidez da economia, assim como na geração de emprego para as populações e melhoria de rendimentos.
No mesmo período, disse o ministro, o sector da Agricultura registou um crescimento na ordem de 5 por cento.

Acrescentou que se trata de um feito importante e significativo, se for tido em conta que  não são muitos os países que conseguiram ter um crescimento significativo como Angola.
Segundo Manuel Nunes Júnior, a aposta na produção nacional e na revitalização do sector produtivo deixou de ser uma manifestação meramente discursiva e passou a  ser uma prática verificada, a todos os níveis: Executivo, governo provincial e nos municípios.

Dívida pública

Relativamente à questão da dívida pública, lamentou que alguns empresários, credores do Estado, constem na lista dos que não devem ter financiamento do sector bancário, por não terem honrado os compromissos, mas que gostariam de usar o crédito que têm junto do tesouro nacional para resolver os problemas junto ao sector bancário. Apesar disso, disse, o Ministério das Finanças tem estado a fazer o pagamento de todas as dívidas.

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