Economia

Ministro promete soluções para o crédito e a energia

Domingos Calucipa | Ondjiva

Jornalista

Os fazendeiros implantados nas margens do rio Cunene, nos municípios de Ombadja e Cuvelai, podem ver aliviadas as dificuldades no acesso ao financiamento e resolvidos os problemas de falta de energia eléctrica para movimentar os equipamentos, depois de, na quarta-feira, terem recebido a promessa do ministro da Economia e Planeamento, de apoio incondicional aos projectos produtivos em curso naquele perímetro.

19/03/2021  Última atualização 15H20
Sérgio Santos visitou três fazendas onde disse ter encontrado produtores determinados © Fotografia por: Domingos Calucipa
Sérgio Santos, que visitou três de mais de uma dezena de fazendas instaladas naquele corredor situado na margem esquerda do rio Cunene, considerou, depois de ouvir produtores ali instalados, ser vital o apoio aos empresários na resolução das dificuldades com que se debatem .

"É uma grande oportunidade ver que existem angolanos com determinação e que acreditam na produção nacional, com todas as dificuldades, que começam mesmo pela via de acesso às fazendas”, declarou o ministro de Economia e Planeamento depois de percorrer as fazendas de Chivemba, Vanjul e Lumbamba.

"No Cunene não existe só miséria causada pela estiagem, existem também produtores, é isso que viemos ver: produtores com bastante coragem e resistência estão, com os seus parcos recursos, a investir”, concluiu para definir a evolução da economia no Cunene.

Uma das grandes dificuldades apresentadas pelos produtores, para lá do péssimo estado da principal via de acesso, da energia eléctrica e do débil acesso aos financiamentos, é a falta de silos para a conservação, o que condiciona o incremento da produção de alguns agricultores.
Sérgio Santos reconheceu haver grande empenho dos produtores em reverter o quadro de carência alimentar na província, afirmou que deve ser solucionado com a facilitação do acesso ao crédito bancário.

O titular da pasta da Economia e Planeamento apontou como urgente, a construção de um centro logístico junto as fazendas agrícolas, por via de uma parceria entre o Governo e os produtores, em que estes últimos figurem como principais actores e onde se concentrem silos e armazéns de frio para o armazenamento de cereais e conservação das hortaliças e frutas ali produzidos.

"É preciso vermos agora com a banca o financiamentos que podemos intermediar, simplificar a burocracia e colocarmos aqui um centro logístico para essas fazendas terem silos suficientes e armazéns de congelação para aumentar a produção e, no período das estiagens, poder-se recorrer a esses produtos”, propôs o ministro.

A questão da energia, disse, pode ser equacionada a médio prazo a partir da  barragem da Matala, na província da Huíla, dada a proximidade, tendo em conta uma ligação ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca que, por sua vez, vai ter uma conexão ao Gove e  fazer chegar electricidade ao Sul do país.

Já o problema das vias pode encontrar soluções locais com a terraplanagem, utilizando dos equipamentos das brigadas de manutenção. Durante as visitas, Sérgio Santos percorreu os campos produtivos sustentados por sistemas de rega modernos, assim como as fontes de captação de água. A primeira unidade prepara-se para lançar sementes à terra nas próximas semanas, ao passo que as duas últimas têm boa parte do seu espaço preenchido com milho, massango e feijão.


Uso de grupos geradores
O uso de fontes próprias de fornecimento de energia eléctrica às fazendas agrícolas tem sido um grande desafio para os produtores das margens do rio Cunene, que se estende entre o município de Ombadja e Cuvelai.

Para António Kachimano, da fazenda Vanjul, gasta-se bastante combustível para manter os grupos geradores que alimentam os equipamentos agrícolas, como o sistema de captação e os pivós, o que torna mais cara a produção e o consumo.
Abílio Lumbamba, da fazenda que leva o seu apelido, insiste na ideia de o Governo subvencionar o custo com os combustíveis, dado que os gastos com a produção de electricidade podem tornar a actividade dos agricultores insustentável.

Milhares de toneladas de milho
Cerca de três mil toneladas de milho amarelo foram colhidas, em Fevereiro último, na fazenda Lumbamba, num espaço de cem hectares. A produção armazenada naquela fazenda aguarda apenas compradores, com uma parte desta a destinar-se à transformação em fuba.

Nesta altura, estão plantados 50 hectares de feijão e iguais espaços para massango e milho. Em metade do espaço reservado ao milho, vão ser colhidas, dentro de um mês, perto de 750 toneladas, numa fazenda que conta com 200 hectares cultiváveis e 42 trabalhadores.  Já a fazenda Vanjul tem plantados, neste momento, 50 hectares de milho, 75 de massango e 16 de feijão.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia