Cultura

Mornas, coladeras e jazz na noite de Carla Moreno

Analtino Santos

Jornalista

Carla Moreno esteve em destaque no final de Abril, no MAAN - Memorial Dr. António Agostinho Neto, com a realização de um concerto no auditório deste imponente monumento histórico. Oriunda da terra da Morna, Coladera, Batuque e Funaná, país onde, curiosamente, o principal hospital chama-se Dr. Agostinho Neto, que por lá exerceu medicina, Carla Moreno no seu concerto usou como medicamento a voz e o talento musical.

16/05/2021  Última atualização 08H10
Carla Moreno © Fotografia por: DR
Amigos, admiradores, colegas e habitués das propostas culturais do MAAN apreciaram e vibraram com a actuação da artista, que se sentiu honrada com a presença de todos e especialmente do Embaixador de Cabo-Verde.  A Morna, Património Imaterial da Humanidade, esteve em grande com clássicos como "Lua nha testemunha”, "Padoce de céu azul”, "A mi cria ser poeta” e outros temas conhecidos nas vozes de Cesária Évora, Ildo Lobo e Paulino Vieira.  A Morna foi sentida com nostalgia e a morabeza própria das ilhas. Os ritmos mais dançantes e festivos, como o Funaná da sua Santiago natal, também tiveram a sua vez.

A admiração e o companheirismo de Carla Moreno com os músicos angolanos ficou patente com a inclusão de "Inocenti”, de Paulo Flores, no reportório. Aliás, a cantora anunciou que teve a autorização do autor para a incluir no seu próximo trabalho discográfico. Aconteceu também a presença em palco de Dino Ferraz, seu parceiro musical, em "Cadê o Amor”, tema do seu single promocional, uma Kizomba que foi cantada em coro pela plateia. 

Carla Moreno passeou pela MPB e Bossa Nova e navegou nas ondas mais anglo-saxónicas nas viagens pela Soul, R and B, Blues e Jazz em temas como "No One”, "Out Of Reach de Gabrielle” e "Summertime”.  
Carla Moreno tem trabalhado com artistas renomados do music hall angolano e teve o privilégio de cantar com Cesária Évora, Ildo lobo, Bana e outros astros da sua terra natal.   A artista tem como principais influências a Soul e o R n B, estilos que a levam a Aretha Franklin, Shaka Shaka, Whitney Hustoun e Luther Vandrous. Tudo começou em Portugal em 1996, quando concorreu no Chuvas de Estrelas e depois, mais madura, em 2014, na primeira edição do Ídolos, sendo finalista em ambos concursos de caça-talentos. A música sempre esteve presente em sua casa e a lembrança de imitar Whitney Houston é das mais marcantes que tem da infância.

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