Cultura

Mostra colectiva da UNAP junta trabalhos académicos

Mário Cohen

Jornalista

O director Nacional da Cultura, Euclides da Lomba, disse, na segunda-feira, em Luanda, que as obras de pintura e esculturas, patentes até 15 de Fevereiro deste ano, na exposição colectiva “Expo Cultura Angola”, inaugurada no Salão Internacional de Exposição da União Nacional dos Artistas Plástico (UNAP), é um conjunto de trabalhos académicos e intelectuais produzidos por mestres das artes plásticas em Angola.

13/01/2021  Última atualização 14H55
Director Nacional da Cultura, Euclides da Lomba (ao centro) visitou as obras expostas na UNAP © Fotografia por: Santos Pedro| Edições Novembro
Euclides da Lomba, que se revelou conhecedor dos autores das peças de arte expostas na UNAP, disse ter a noção da responsabilidade e da seriedade do trabalho apresentado, principalmente, por serem criadores que beberam da experiência académica, fazendo uma conjugação entre trabalhos de artistas plásticos da nova e velha geração.

Quanto aos artistas mais jovens, explicou o director Nacional da Cultura, entenderam bem a linguagem técnica muita moderna. "Estamos a ver na mostra cubismo, combinações de técnicas internacionalmente falada no mundo das artes plásticas”, disse, questionam-se nos seguintes termos: "Será que a arte africana está presente? Eu acho que existe uma arte universal e aqui vimos a universalidade dos nossos grandes artistas plásticos, que vão ter expostas as suas obras na UNAP até ao mês de Fevereiro.”

Para Euclides da Lomba, às vezes têm-se a noção de que a classe artística nacional está parada, mas no fundo está a produzir grandes criações de artes, destacando-se trabalhos com textura novas a nível da escultura em madeira e as técnicas de pintura, colagem, acrílico e óleo, com toda a diversidade e modo muito enraizado nas artes plásticas nacional.O director Nacional da Cultura reconheceu que a produção dos criadores nacionais vai ser melhor conhecida quando forem expostos em grandes montras de artes plásticas, quer nacionais quer internacionais, por forma a divulgar e promover o trabalho dos artistas angolanos.

A "Expo Cultura Angola” junta um conjunto de 32 obras de pintura, nas diversas técnicas, como acrílico, óleo, colagem, desenho impresso e técnicas mistas, e 13 peças de esculturas. As pinturas são da autoria de Fátima Coquenão, Maton-do Afonso, Kabudi Ely, Dom Sebas Cassule, Adão Mussungo, Armando Scooth, Kaniaki, Jó Delgado, Yetu, Nsoki, Hendezer Roma, Geovany, Ângelo Carvalho e Álvaro Macieira, enquanto a escultura é de  António Tomás Ana "Etona”, Mayembe, André Ventura, Paulo José, Massongi Afonso, José de Jesus e Tchivela. O artista Hamilton Costa expõe dois quadros de desenho impresso.

 "Dudu” defende maior dignidade para os criadores


O presidente da comissão directiva da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), Manuel António de Oliveira "Dudu”, defendeu a criação urgente de políticas que visem dignificar o trabalho desenvolvido em prol da cultura nacional pelos artistas, particularmente os criadores das artes plásticas, muitos dos quais acabam na penúria.

O também artista plástico teceu estas declarações na inauguração da exposição  colectiva de artes plásticas "Plasticidade Anti-Covid-19, Um tributo ao artista plástico Paulo Jazz”, aberta pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortuna-to, há uma semana, no Salão Internacional de Exposições (SIEXPO), no Museu Nacional de História Natural, em Luanda.

Na ocasião, António de Oliveira disse que o 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura, é uma data de reflexão para a vida dos criadores angolanos, tendo em conta que "fizemos uma retrospectiva sobre o que é que nós somos como artista para nossa sociedade”.

Acrescentou que os artistas ultimamente têm vivido uma fase crítica. "Há   necessidade de valorizar a arte e a cultura, no sentido de se fazer uma história mais positiva e alegre, mesmo neste período difícil que o mundo está a viver com a pandemia da Covid-19."

O presidente da comissão directiva da UNAP disse que ficaria honrado e satisfeito se os artistas em Angola pudessem sobreviver financeiramente dos seus trabalhos, deixando assim a condição de pedintes. O artista, disse, é um homem que produz, "mas  muitos dos nossos governantes e empresários não têm uma visão culturalmente forte, razão pela qual não defendem a nossa identidade cultural”.

"É triste o que o digo,  hoje vimos muitos criadores pedintes. Estamos a tempo de inverter o quadro, porque ultimamente estamos a perder vários artistas, muitos morreram na miséria”, disse o artista Dudu.

No mundo das artes plásticas angolanos, António de Oliveira disse que em menos de seis meses viu partir grandes figuras com destaque para o Mestre Kapela, Paulino Damião "Kota 50” e Paulo Jazz, que deram grandes contributos ao desenvolvimento da cultura nacional, principalmente para as artes plásticas.

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