Cultura

Mostra itinerante de Rui Tavares começa o seu percurso esta tarde

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDCA), em parceria com a Associação Kalu e a consultoria da Arquitecta Isabel Martins, apresenta o projecto “Lugares In CORPOrados”, constituído pela apresentação de uma exposição com fotografias de Rui Tavares, que é inaugurada hoje, pelas 16h00, no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Engenharia da UAN, e pela edição de um livro, a ser lançado em data a anunciar.

29/04/2021  Última atualização 11H40
© Fotografia por: DR
A exposição itinerante, que estará presente entre Abril e Dezembro em nove espaços da cidade de Luanda, durante 15 dias em cada lugar, e a edição do livro visam celebrar o 30º aniversário da CDCA e assinalar as comemorações este ano do 29 de Abril, Dia Mundial da Dança.Neste projecto, 16 bailarinos de quatro gerações da Companhia de Dança Contemporânea de Angola foram fotografados em conjunto com 16 edifícios e lugares da cidade de Luanda, evocando a multiplicidade de laços sociais e afectivos que se estabelecem entre as pessoas e os lugares que habitam.

As fotografias dão relevo a um património de importância fundamental para a caracterização, história e memórias da cidade capital de Angola, numa abordagem às afinidades entre a dança e a arquitectura, enquanto linguagens que espelham, na sua tridimensionalidade, as relações entre o corpo, o movimento e o espaço.Investindo num olhar que privilegia o estético e o artístico este projecto quer alertar e participar na sensibilização da sociedade para o risco que corre parte fundamental deste património edificado, na esperança de que o mesmo possa ser resgatado, recuperado e devolvido à sociedade luandense.
Perfil de Rui Tavares

Nascido em Hamburgo, de nacionalidade angolana, inicia-se na fotografia em Portugal em 1987. Com formação académica em Arquitectura e Urbanismo (Universidade Agostinho Neto, Universidade Gallecia e Universidade Lusófona) desenvolve todo o seu percurso ligado à fotografia de dança junto da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, da qual é um dos membros fundadores e responsável pelo Gabinete de Imagem e Divulgação.

Em 1995, introduz a disciplina curricular de Fotografia na Escola Nacional de Artes Plásticas do Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural (INFAC), onde exerceu actividade como docente.Paralelamente desenvolve projectos de fotografia experimental, tendo efectuado exposições individuais e colectivas em cerca de uma dezena de países, estando presente no livro "Anthology of the African Photography” e mantendo colaborações com as áreas da moda, da publicidade e do desenho gráfico.

 Trajectória da CDCA

Fundada em 1991, pela coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola edificou, através de um percurso de inovação e singularidade, uma história exclusiva que faz dela um colectivo histórico e único, num contexto artístico que permanece frágil, conservador e fortemente cunhado pelas danças patrimoniais e recreativas urbanas e pela ausência de um movimento de criação de autor, no plano da dança.

Provocando uma ruptura estética na cena da dança angolana e tornando-se, em 2009, uma companhia de Dança Inclusiva, a CDC Angola inaugurou o regime de Temporadas e criou uma linha de trabalho que, dispensando as narrativas de estruturação convencional, preferência propostas que confrontem o público com as suas próprias histórias, aspectos do seu quotidiano, das suas realidades sociais, da sua condição de cidadãos de universos que se cruzam. Numa época em que as barreiras geográficas e culturais são superadas pelos recursos disponibilizados pelas novas tecnologias, estas, conjuntamente com outras linguagens, passaram a integrar os discursos artístico e estético da CDC Angola, onde o corpo e o movimento constituem o elemento catalisador.

No âmbito da pesquisa e experimentação, propõe a revitalização e a releitura da cultura de raiz tradicional com obras criadas a partir de estudos de investigação efectuados em várias regiões de Angola; "A Propósito de Lweji” (1991), "Uma frase qualquer… e outras (frases)” (1997), "Peças para uma sombra iniciada e outros rituais mais ou menos” (2009), "Paisagens Propícias” (2012), "Mpemba Nyi Mukundu” (2014) e "(Des)construção” (2017), são alguns dos exemplos.



Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura