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Moxico: Monumento clama por reabilitação

As infra-estruturas de apoio ao Monumento à Paz, na cidade do Luena, província do Moxico, estão a degradar-se por falta de manutenção. Além de obras de restauro, o monumento necessita de uma atenção especial, para afirmar-se como um verdadeiro símbolo de paz e reconciliação entre os angolanos.

03/04/2021  Última atualização 19H57
© Fotografia por: DR
A infra-estrutura apresenta um estado degradado. É  difícil imaginar que  edifícios  com tão pouco tempo de duração apresentem  tal aspecto. Algumas fontes afirmam que não houve uma fiscalização rigorosa por altura da construção,  porque o material usado não foi adequado para a envergadura que tem. Moxico é uma região  de muita chuva e uma infra-estrutura dessa dimensão não podia ser erguida com vigas  de  madeira para  sustentar o tecto.  

No ano passado,  devido a  obras na sua sede, O Jornal de Angola funcionou  numa das salas do Monumento à Paz,  tendo notado várias situações, entre as quais infiltrações de água, desabamento de tecto falso e algum descuido com a limpeza do espaço.

Outro problema  que a direcção do monumento enfrenta é  a falta de orçamento para manter o bom funcionamento dos serviços. Além do director,   não existem outros  funcionários em plena efectividade, até para fazer a limpeza  no interior e em todo o perímetro. Para o efeito, são  mobilizados alguns jovens que, no fim, aguardam por alguma recompensa pelo trabalho  prestado.

Apesar dos problemas, o local continua a ser a escolha  de muitos visitantes e habitantes, principalmente, recém-casados, que, após a cerimónia  do enlace matrimonial,   aproveitam o espaço para fotografias.

O director  do  monumento,  Zango Machai, disse que a  biblioteca, salas de exposição de fotos, anfiteatro, restaurante e a parte frontal, onde está a pomba que simboliza a paz, são as áreas mais frequentadas.   
Raimundo Zango Machai lamentou a falta de verba para a manutenção do edifício. "Todos os edifícios apresentam fissuras e   têm infiltração  de  água. Por falta de verbas, não é possível fazer nenhuma intervenção para estancar  o problema,  que já dura há quase cinco anos”.  

Referiu que a Biblioteca do Monumento à Paz  tem livros de todos os níveis de ensino  e está registada  nas melhores bibliotecas de África. Sublinha  que,  antes da pandemia  do novo coronavírus, recebia leitores  das províncias do Bié e Huambo.
Segundo o antropólogo, o monumento simboliza o sacrifício dos angolanos, após vários  anos de guerra, e os valores que representam  a paz para o bem-estar de cada cidadão.

Inaugurado  em  Abril de 2012, para simbolizar a Paz e a Reconciliação nacional, o monumento começou a ser erguido em 2010 e está no centro da cidade do Luena. Tem como  marco  uma pomba branca gigante,  com mais de dez metros de altura. Dispõe  de uma biblioteca, restaurante, área de informática e jardim. 

A construção do monumento foi a melhor forma de homenagear a província do Moxico, que, em Março de 2002, testemunhou a assinatura do Memorando de Entendimento do Luena (Moxico), que viria  abrir caminho para a   paz definitiva no país. Tem um significado especial para todos os que buscam  a fraternidade e a solidariedade entre os homens.

Samuel António / Luena         
                              

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