Política

“Mulher deve deixar de ser o rosto dos grandes males sociais”

Ana Paulo

Jornalista

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mu-lher, Faustina Alves, defendeu, ontem, em Luanda, que a mulher deve deixar de ser o rosto dos grandes males sociais.

09/03/2021  Última atualização 08H18
Ministra da Acção Social Família e Promoção da Mulher orientou o acto central do Dia Internacional, assinalado ontem © Fotografia por: Alberto Pedro | Edições Novembro
"É preciso acabar com os estereótipos de que os grandes males sociais, como a pobreza, analfabetismo, baixo nível académico, violência doméstica, VIH/Sida,  têm essencialmente o rosto feminino”, disse a ministra, que falava no acto central do Dia Internacional da Mulher, que teve como lema "Mulher na Liderança, Rumo ao Empoderamento Económico em Tempo de Covid-19”.
Faustina Alves frisou que uma "atenção especial” tem sido dada à melhoria substancial da igualdade de género, empoderamento e direitos das mulheres em todas as áreas do saber.

A ministra prometeu trabalhar para maior ascensão da mulher a nível central. Actualmente, explicou, 29,5 por cento do Parlamento é ocupado por mulheres e 39 por cento são ministras. Há ainda 12 por cento de mulheres no cargo de secretárias de Estado, 11 por cento são governadoras provinciais, 19,5 por cento vice-governadoras, 40 por cento estão na diplomacia, 25,6 por cento são administradoras mu-nicipais, 22 por cento são ad-ministradoras municipais adjuntas, nove por cento são administradoras comunais, 13 por cento são administradoras comunais adjuntas, 28 por cento estão na magistratura judicial, 46,3 por cento são advogadas, 11 por cento na Polícia Nacional.

Para Faustina Alves, estes dados constituem um grande desafio para o sector, que deve continuar a trabalhar para uma maior presença de mulheres em cargos de decisão. "O Governo está engajado em criar políticas que promovam o desenvolvimento sustentável da mulher, igualdade e equidade de género, bem como continuar a trabalhar em articulação com os principais instrumentos regionais e internacionais em prol da advocacia dos direitos e desenvolvimento da mulher”, destacou a ministra.     
O acto central culminou com uma feira de artes e ofícios, que decorreu na Nova Marginal do Benfica, com a participação de cooperativas, centros de formação, serviços de saúde, entre outros talentos da classe feminina.


Mais de 24 mil mulheres
no mercado de trabalho

A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher revelou que, nos últimos anos, mais de 24 mil mulheres foram inseridas no mercado de trabalho e 107 mil capacitadas nos vários cursos de formação profissional.
Faustina Alves acrescentou que, com vista ao fortalecimento do espírito empreendedor e apoio à geração de renda e sustentabilidade económica, com destaque no meio rural, foram capacitadas 180 mulheres em ma-téria de criação e organização de cooperativas em diferentes áreas, tendo resultado no surgimento de 30 cooperativas, das quais 26 já em vias de legalização.
Por  outro lado, no domínio da promoção da igualdade de género e reforço das competências familiares, 60 mulheres organizadas em cooperativas foram formadas em matéria de género.  


"Mulheres são cada vez mais valorizadas em Angola e em África”

O ministro das Relações Exteriores, Téte António,  afirmou, ontem, em Luanda, que as mulheres em Angola e em África são cada vez mais valorizadas.
 Téte António falava na cerimónia comemorativa do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, que juntou mulheres diplomatas na Academia Diplomática Venâncio de Moura, na Centralidade do Kilamba.
Em África, disse, a evolução para uma maior igualdade entre homens e mulheres é uma realidade e as sociedades africanas têm sido um exemplo ao nível mundial em matéria de ocupação, por mulheres, de maior espaço na sociedade, incluindo cargos políticos de grande responsabilidade.

Segundo Téte António, nas recentes reformas da União Africana, a organização introduziu um quadro jurídico que contempla o princípio da igualdade de género que institui uma distribuição paritária dos oito cargos de chefia que compõem a Comissão.
"A nível nacional, o Executivo angolano está engajado na implementação de políticas  visando capacitar e apoiar a inserção das mulheres na vida económica activa, por reconhecer nelas, entre as demais valências, altas capacidades e um poder ímpar para mudar as sociedades”, sublinhou.

Segundo Téte António, o Mirex assume a valorização dos funcionários, dando oportunidades iguais a todos para assumir cargos de direcção e chefia.
A secretária de Estado para as Relações Exteriores, Esmeralda Mendonça, foi a prelectora principal do encontro , que teve como tema central "Os desafios da mulher na diplomacia”.
Esmeralda Mendonça  apelou às  diplomatas a observarem os instrumentos jurídicos internacionais que garantem os direitos das mulheres. "A nossa profissão é prestigiante e os desafios que encontramos no percurso dessa caminhada fortalecem-nos ainda mais”, disse.

Gabriel Bunga

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Política