"A geração actual não me conhece, então, é importantíssimo voltar a actuar para eles”, revelou, via WhatsApp, a partir do Brasil, ao Jornal de Angola. O espectáculo, disse, "é muito simples”, mas espera que vá ao encontro dos novos fãs, pois existe uma geração em Angola que já o conhece há décadas. "É um espectáculo gravado, mas com muita qualidade sonora”, enalteceu.

A viver na diáspora, desde 1975, quando saiu de Benguela, terra natal, com 16 anos, Abel Dueré passou primeiro por Portugal e só depois se fixou no Brasil. "Quando cheguei ao Brasil, a maioria das pessoas não conhecia Angola. Falavam pouco do país. Apenas notícias sobre a guerra. Das artes não passava nada. Quando comecei a cantar, ajudei a reafirmar um pouco desta angolanidade”, valorizou.

O disco de estreia, "Criolinha”, permitiu ao cantor mostrar parte do passado vivido em Angola, devido a música "Madalena”, que lhe deu fama e foi várias  vezes convidado pelas mídia brasileira para participar em programas televisivos. "Foi talvez a fase mais gloriosa da minha carreira”, lembrou. "A música existe em função de toda uma memória, uma história do ritmo merengue que tocava muito nas festas em Benguela, onde Elias dia Kimuezu era uma referência”, enfatizou."Madalena”, gravada com os Afra Sound Stars, permitiu ganhar muita fama no Brasil, mas a rigidez do mercado brasileiro também acabou por ser um entrave, em especial pelo facto de o tema ser interpretado numa língua nacional.