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Navio encalhado causa prejuízo de vários milhões

A navegação no Canal de Suez está “temporariamente suspensa” até se conseguir desencalhar o navio porta-contentores que está a bloquear o tráfego marítimo desde quarta-feira de manhã, anunciou, ontem, a Autoridade Egípcia do Canal de Suez, citada pela Reuters.

25/03/2021  Última atualização 17H54
Navio do tamanho de um arranha-céus parou no Canal de Suez, no Egipto, devido a fortes ventos na região © Fotografia por: DR
O navio, com o comprimento da altura de um arranha-céus, parou o Canal de Suez, no Egipto, quando, na manhã de terça-feira, se atravessou devido a ventos fortes, sendo que, segundo as autoridades, já obrigou à paragem de 150 outros navios.

Ontem, de manhã, estavam "13 navios da rota norte (vindos do Mediterrâneo) parados em áreas de espera”, disse o porta-voz da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA), George Safwat.
Os esforços para libertar o 'Evergreen', usando dragas, escavações e a maré alta, não tinham conseguido, até à hora do fecho desta edição,  empurrar o porta-contentores para o lado, o que já custou milhões de euros a transportadoras de carga.

A empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, que anunciou ser proprietária do porta-contentores, admitiu que está a ser "extremamente difícil” desencalhá-lo e apresentou um pedido de desculpas por escrito pelo incidente.”Estamos determinados a continuar o trabalho. Gostaríamos de pedir desculpas a todas as partes afectadas por este incidente, incluindo os navios que viajam e planeavam viajar pelo Canal de Suez”, disse.

Segundo a empresa que gere o 'Evergreen', a Bernhard Schulte Shipmanagement, a tripulação de 25 membros do navio está segura e, de acordo com a Shoei Kisen Kaisha, já em terra, na Índia. O navio tinha dois pilotos da autoridade do canal do Egipto a bordo para guiá-lo quando encalhou, cerca das 7h45 de terça-feira, referiu a Bernhard Schulte Shipmanagement.

O incidente provocou um aumento do preço do petróleo Brent no mercado de futuros de Londres, devido aos receios em relação ao abastecimento internacional, ultrapassando já os 53 dólares por barril. De acordo com o jornal de transporte marítimo Lloyd's List, por cada dia que o Canal de Suez estiver fechado perde-se mais de 7,6 mil milhões de euros em mercadorias que deveriam estar a passar pelo canal.

O encerramento pode afectar os embarques de petróleo e gás do Médio Oriente para a Europa, que dependem do canal para evitar ter de contornar o continente africano. Um quarto de todo o tráfego diário do Canal de Suez são porta-contentores como o 'Evergreen', disse o jornal.
Este foi o segundo grande acidente com o 'Evergreen' nos últimos anos. Em 2019, o navio embateu num pequeno barco atracado no rio Elba, cidade portuária alemã de Hamburgo, um acidente explicado pelas autoridades com o vento forte que se fazia sentir.

O Canal de Suez, inaugurado em 1869, garante a passagem de 10 por cento do comércio marítimo internacional, o que significou, em 2020, a passagem de cerca de 19 mil navios. O estreito marítimo é uma fonte de rendimentos essencial para o Egipto, que recebeu, no ano passado, 4,7 mil milhões de euros em taxas.

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