Mundo

Nguesso defende poder que conhece há 37 anos

O actual Presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, enfrenta, hoje, sete adversários para se manter no lugar que conhece desde há 37 anos, tendo como principais rivais Mathias Dzon, um ex-ministro das Finanças de 73 anos, e Guy-Brice Parfait Kolelas, 60 anos, cujo pai, Bernard, chegou a ser Primeiro-Ministro do Congo em 1997 durante a guerra civil do país.

21/03/2021  Última atualização 17H55
Presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso © Fotografia por: DR
Enquanto Kolelas é apoiado pelo seu próprio partido político, a União dos Democratas Humanistas (UDH), o maior grupo de oposição do país, a União Pan-Africana para a Social Democracia (UPADS), anunciou que boicotará as eleições.
Sassou Nguesso, de 77 anos, que disputa um quarto mandato, é um general aposentado que governou pela primeira vez de 1979 a 1992 antes regressando no final da guerra civil, em 1997.

A vitória de Sassou Nguesso, em 2016, foi marcada por derramamento de sangue e alegações de fraude, com dois dos seus oponentes, Jean-Marie Michel Mokoko e Andre Okombi Salissa, a contestarem os resultados na Justiça. Ambos foram presos, julgados e cada um deles condenado a 20 anos de prisão sob a acusação de minar a segurança do Estado.
A Igreja Católica do Congo disse, na semana passada, que tinha "sérias reservas” sobre estas eleições, já que as restrições ao coronavírus e um sistema eleitoral instável poderiam minar a confiança no voto.

Um activista de direitos humanos foi preso em Brazzaville, uma semana antes das eleições presidenciais, revelou, ontem, a AFP. Trata-se de Alexandre Ibacka Dzabana, 77 anos, coordenador da Plataforma Congolesa de ONG de Direitos Humanos, que é acusado de "querer desestabilizar o processo eleitoral”, tendo sido detido por agentes de segurança à paisana.

De acordo com familiares seus residentes em França "este é um sequestro porque ele foi preso por homens não identificados. Fonte oficial citada pela AFP, disse que o activista foi preso por estar em contacto com elementos congoleses cuja missão é desestabilizar o processo eleitoral.


  Forças de segurança já votaram
Enquanto as forças de segurança começaram a votar já no início da semana, de modo a garantirem a tranquilidade das eleições, calculando-se que cerca de 12 mil soldados e polícias estejam de prevenção para evitar a ocorrência de distúrbios. o ex-líder rebelde, Pastor Ntumi, que chegou a pegar em armas para contestar Nguesso, disse que esta eleição presidencial deve ser realizada em paz, transparência e respeito pelas regras do jogo”.

"A eleição não deve ser uma oportunidade para despertar os velhos demónios da divisão”, acrescentou, domingo, Frederic Bintsamou, vulgo Pastor Ntumi, ao receber cerca de 20 jornalistas em Mounkala, uma cidade entre Brazzaville e Ponta Negra, na região de Pool, que é considerada o celeiro agrícola do Congo-Brazzaville.

O partido do ex-líder rebelde, o Conselho Nacional dos Republicanos (CNR), "não apresenta um candidato e não apoia nenhum dos que hoje vão a votos”, acrescentou.
O pastor Ntumi, de 56 anos, pegou em armas após a disputada reeleição do Presidente Sassou Nguesso em Março de 2016. As forças regulares contra-atacaram num conflito que originou 140 mil deslocados, de acordo com fontes humanitárias. As autoridades acabaram por um cessar-fogo pouco antes do Natal de 2017.

O pastor Ntumi lamentou certas deficiências na implementação do acordo de cessar-fogo. "Ele previa um estatuto especial a ser definido para mim e uma guarda de 30 soldados. Mas, até hoje, nada foi feito. É porque a minha segurança não está garantida que eu não circulo pelo país”, disse.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo