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Noruega suspende ajudas a Myanmar

A Noruega anunciou, ontem, a suspensão de programas de cooperação mantidos com várias instituições públicas de Myanmar (antiga Birmânia), na sequência do golpe de Estado militar ocorrido no território birmanês no início deste mês.

19/02/2021  Última atualização 11H15
© Fotografia por: DR
Para o ano em curso, o país nórdico tinha previsto um montante de 66,5 milhões de coroas norueguesas (cerca 6,5 milhões de euros) para ajudar a reforçar as competências das instituições públicas birmanesas em áreas como as energias renováveis, clima e ambiente, e a protecção dos oceanos.

"O golpe de Estado de 1 de Fevereiro alterou as condições para o compromisso norueguês em Myanmar e constituiu um cenário para a suspensão por parte do Reino da Noruega dos programas de cooperação técnica entre as instituições estatais norueguesas e birmanesas”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega num comunicado.

A diplomacia norueguesa esclareceu, porém, que a ajuda pública direccionada para a população birmanesa, fornecida através de agências do sistema das Nações Unidas e de várias organizações não-governamentais (ONG), será mantida, sem sofrer alterações. As verbas suspensas incidem sobretudo nas ajudas de custo atribuídas a peritos noruegueses envolvidos em programas de cooperação no território birmanês, tendo um menor impacto nos pagamentos financeiros canalizados para as instituições birmanesas.

A 1 de Fevereiro, o Exército prendeu a Chefe do Governo civil birmanês, Aung San Suu Kyi, o Presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o Estado de Emergência e colocando no poder um grupo de generais. O golpe militar, que recebeu a condenação de vários países e organizações internacionais, pôs fim a uma frágil transição democrática de 10 anos.

 Na terça-feira, o Exército birmanês justificou novamente a revolta militar com a alegada fraude eleitoral nas eleições legislativas de Novembro passado, bem como reiterou a promessa de que se irão realizar novas eleições e irá entregar o poder ao vencedor, no prazo de um ano.Desde o golpe militar, sucessivos protestos contra a actuação dos militares têm ocorrido em várias cidades de Myanmar, manifestações que têm sido fortemente reprimidas pelas forças de segurança.

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