Política

Novo presidente da UA valoriza realização da Bienal de Luanda

Garrido Fragoso

O novo presidente em exercício da União Africana (UA) pediu à Comissão da organização continental para coordenar esforços com os Estados-membros, para a implementação com êxito das actividades previstas para o presente ano, com destaque para a realização da segunda edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África, marcada para Setembro próximo, em Luanda.

08/02/2021  Última atualização 09H23
Presidente da União Africana defende um continente forte e livre de ameaças terroristas © Fotografia por: DR
Félix Tshisekedi defendeu o repatriamento das obras de arte fora do continente, salientando que a questão deve merecer grande atenção durante a Bienal de Luanda. Lembrou que o Lema da Cimeira: "Artes, Cultura e Património” tem a ver com o reencontro da cultura africana e regresso às origens dos povos do continente negro. Salientou que os Estados africanos devem usar os seus recursos artísticos  como "alavancas”  para o bem-estar dos  cidadãos.

A  Cimeira da UA, que ontem encerrou os trabalhos em Addis Abeba, Etiópia, valorizou o relatório sobre a reforma institucional da organização apresentado pelo Presidente do Rwanda, Paul Kagame, orientada para a mobilização de quadros e obtenção de recursos financeiros com vista ao bom funcionamento da instituição.

Em relação à necessidade da integração do continente, Tshisekedi apelou para a implementação da Zona de Comércio Livre, lançada em Janeiro último. "Temos agora de afinar os instrumentos que vão permitir operacionalizar com sucesso este desafio”, afirmou.

Tshisekedi defendeu, no encerramento da 34ª Sessão Ordinária da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo, um continente "forte” e livre de ameaças terroristas. "Devemos empreender esforços para criar uma África forte, hoje ainda  sob ameaças terroristas  em várias regiões”, afirmou Tshisekedi, citando como exemplo movimentos terroristas que causam insegurança e afectam os recursos naturais na RCA e no Leste  da República Democrática do Congo (RDC).

O também Chefe de Estado da RDC apelou, igualmente, para a edificação da paz e estabilidade no continente com vista a solucionar os problemas que afligem o  Egipto, Etiópia e Moçambique. Aos Estados-membros da União Africana, o novo presidente da organização continental  pediu trabalho conjunto para reduzir  os impactos negativos da pandemia da Covid-19 em África. Aproveitou, de igual modo, a sua presença em Addis Abeba  para homenagear o presidente cessante da UA, Cyril Ramaphosa, que foi declarado na cimeira como "capitão” da luta contra a pandemia, pelo trabalho eficaz realizado durante o seu mandato como presidente da organização continental.

A resposta da UA à pandemia,  consubstanciada, sobretudo, na aquisição de equipamentos médicos e vacinas, bem como no  acelerar dos testes para determinar com exactidão os níveis de infecção em África, foi dos pontos mais discutidos na Cimeira. O novo presidente da UA disse que a nível da organização foi criado um "novo grupo técnico”, que tem como missão adquirir vacinas e, sobretudo, empenhar-se em acções que visem o fortalecimento dos sistemas  de saúde em África, para fazer face às  futuras pandemias ou doenças que possam constituir ameaças aos cidadãos dos Estados-membros.

Metas

O Presidente da República Democrática do Congo disse que durante a presidência da UA vai homenagear a memória de todos os pan-africanistas, salientando que o tema adicional da sua presidência será: "uma União Africana ao serviço dos povos”. Félix Tshisekedi disse que os primeiros 12 meses à frente da organização serão concentrados no fortalecimento da paz e segurança; promover um renascimento da cultura, artes e herança africanas e luta contra as alterações climáticas.

Acelerar projectos integrativos, com destaque para a construção da grande barragem do Inga, consolidar a iniciativa da UA na luta contra a Covid-19 e na prevenção contra outras doenças, também constituem principais metas do seu mandato. Tshisekedi reconheceu os desafios que o seu mandato enfrentará. Ressaltou que com unidade, o bloco continental alcançará os seus objectivos.

Falando de improviso, Tshisekedi  saudou o "bom clima” em que decorreram os trabalhos da cimeira, incluindo a equipa técnica, pela qualidade dos trabalhos que permitiram a realização, com êxito, do evento continental. Felicitou a reeleição do presidente e vice-presidente da Comissão da União Africana, bem como de todos os comissários já eleitos. A capital chadiana, Ndjamena, acolhe a meio deste ano, a próxima reunião da União Africana, anunciou Tshisekedi.

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