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Novo primeiro-ministro do Chade pede "união sagrada" para salvar o país

O novo primeiro-ministro do Chade, recém-nomeado pelo Conselho Militar de Transição (CMT) após a morte, na semana passada, do presidente, apelou hoje a uma "união sagrada para salvar a nação".

26/04/2021  Última atualização 19H27
Novo primeiro-ministro do Chade, recém-nomeado pelo Conselho Militar de Transição (CMT) após a mort © Fotografia por: DR

"Apelo a toda a população chadiana para alcançar uma união sagrada para salvar a nossa nação", afirmou hoje Albert Pahimi Padacké, numa entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP).

O governante apontou "a paz" como desafio do país. "Hoje, o desafio que enfrentamos como chadianos (...) é o da paz", afirmou.

"E como podemos garantir que os chadianos, juntos, lançam as bases de um grande consenso nacional para alcançar eleições livres e transparentes no final desta transição? Isto assegurará que a devolução do poder no Chade já não seja uma questão de canhões mas de urnas de voto", disse Albert Pahimi Padacké.

O também antigo primeiro-ministro ressalvou que "os desafios são importantes" e não há tempo a perder para organizar eleições no prazo de 18 meses, como se comprometeu o CMT na semana passada.

"Vou começar a trabalhar com o presidente de transição, os actores políticos, a sociedade civil, para ver juntos como, talvez, preparar um governo tão amplo quanto possível, porque o Chade precisa de todas as suas crianças", ressalvou.

Último primeiro-ministro de Idriss Déby Itno, o presidente do Chade que morreu em batalha contra grupos rebeldes na semana passada, Pahimi Padacké foi nomeado hoje como chefe do governo de transição, de acordo com um decreto assinado pelo presidente do CMT.

O agora chefe do executivo de transição ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 11 de Abril no país, com 10,32 por cento dos votos, muito atrás do falecido presidente, reeleito na primeira volta com 79,32 por cento dos votos.

Pahimi Padacké foi primeiro-ministro do Chade até 2018, quando o cargo foi abolido. De acordo com a carta de transição, agora chefiará um governo de transição, cujos membros serão nomeados e demitidos por Mahamat Idriss Déby, filho do antigo presidente e actual presidente do CMT.

Num outro decreto assinado pelo novo homem forte do regime, o sobrinho do ex-presidente Idriss Déby, Idriss Youssouf Boy, foi nomeado secretário particular do presidente do CMT.

No funeral de Idriss Déby, a França e os países que compõem o G5 do Sahel, grupo que luta contra os jihadistas naquela região de África, apelaram a um "processo de transição civil e militar".

Os principais partidos da oposição, bem como os sindicatos e a sociedade civil denunciaram na semana passada um "golpe institucional" e apelaram a uma "transição liderada por civis (...), através de um diálogo inclusivo".

 

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