Opinião

O papel do Teatro

Celebra-se hoje, um pouco por todo o mundo, o Dia Internacional do Teatro, termo de origem grega que, segundo algumas fontes, designa simultaneamente o conjunto de peças dramáticas para apresentação em público.

26/03/2021  Última atualização 21H45
Em Angola, as artes cénicas, como também se chama a representação da realidade através de uma peça de teatro, tem presença afirmada por décadas de aprendizagem e excelência, como provam os vários grupos que existem pelo país.

Como se diz, o "teatro é vida”, um aforismo popular que ilustra bem a forma como é encarada a arte de representação em palco por parte dos fazedores de teatro.

Num dia como hoje, evidentemente, maior parte dos grupos, dos artistas e dos seus parceiros, ao nível das instituições do Estado, farão, seguramente, as devidas reflexões que se impõem em torno do estado em que se encontra a referida ocupação artística.

Sabemos todos que, por força da Covid-19, muitas actividades de massas ficaram condicionadas, algumas completamente paralisadas, realidade que veio acrescer a necessidade de melhor acompanhamento e ajuda por parte de quem de direito.

A arte não pode morrer, e atendendo que ela funciona também como meio para a divulgação da cultura de diferentes povos que, como o angolano, é composto por um mosaico rico e diversificado, não há dúvidas de que a paralisação do teatro constitui uma espécie de morte da própria cultura. É verdade que neste momento por força da necessidade vital de se preservar o bem mais precioso que temos, nomeadamente a vida e com saúde, o sector do teatro foi daqueles que também acabou severamente prejudicado.

Numa altura em que se perspectivam a reabertura dos espaços públicos, dentro dos ditames impostos pelo Decreto Presidencial, auguramos que o sector do teatro recupere o tempo perdido.
Evidentemente, as perdas para os grupos e para as pessoas, individualmente, neste tempo em que viram as suas actividades paralisadas, são monumentais e provavelmente difíceis de recuperar. Numerosos grupos tiveram que dispensar parte do seu pessoal, alguns artistas, eventualmente, foram obrigados a dedicarem-se a outras actividades e outros, esperemos que poucos, não sobreviveram aos efeitos provocados pela Covid-19.

Em tempos, o presidente da associação que congrega os fazedores de teatro referiu-se que o sector emprega milhares de pessoas, dando claramente a entender que existem já em Angola pessoas que se dedicavam e vivem exclusivamente do teatro. Essa realidade precisa de ser devidamente acompanhada pelas instituições que gerem o sector no sentido de um eventual recenseamento, cadastramento e identificação daqueles que realmente vivem do teatro e que ajude a encontrar as melhores medidas para lidar com situações inesperadas como as provocadas pela Covid-19.

Nos próximos tempos e para alegria do povo, não ficava nada mal se o processo de massificação do teatro pelos bairros fosse acompanhada da construção de espaços  adequados para a prática de teatro em todas as circunscrições das províncias do país. Não se pode negar o papel do teatro no processo de reconciliação, unidade nacional,  construção da sociedade justa, fraterna, solidária de igualdade de oportunidades para todos. 

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