Coronavírus

OMS quer colocar vacinas em 142 países até ao fim de Maio

O director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que até ao fim de Maio serão entregues 237 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 a 142 países.

06/03/2021  Última atualização 15H37
Director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, © Fotografia por: DR
As vacinas serão entregues a países que fazem parte do mecanismo COVAX, uma iniciativa da OMS para garantir uma vacinação contra o novo coronavírus que seja equitativa. Segunda-feira, o Ghana e a Costa do Marfim foram os primeiros países a começar a vacinar os profissionais de saúde com doses fornecidas através do COVAX.
"Mais 11 milhões de doses serão entregues esta semana”, garantiu o responsável, que falava, segunda-feira, numa conferência de imprensa ‘online’ a partir de Genebra.

"É encorajador ver trabalhadores da saúde nos países de menor rendimento a começarem a ser vacinados, mas é lamentável que isto aconteça quase três meses depois de alguns dos países mais ricos terem iniciado a campanha de vacinação”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus na conferência de imprensa.
E é também lamentável, acrescentou, que alguns países continuem a dar prioridade à vacinação de adultos mais jovens, mais saudáveis e com menor risco de doença nas suas próprias populações, à frente dos profissionais de saúde e das pessoas mais idosas de outros países.

O responsável máximo da OMS avisou que os países não estão a competir na luta contra a Covid-19, porque se trata de uma "corrida comum”, e acrescentou: "Não estamos a pedir aos países que ponham as suas próprias populações em risco. Estamos a pedir a todos os países que façam parte de um esforço global para reprimir o vírus em todo o mundo”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou ainda o objectivo da OMS de começar a vacinação em todos os países do mundo nos primeiros 100 dias do ano e alertou que já só faltam 40 dias e que, para concretizar o objectivo, é precisa "a cooperação de todos os parceiros”.

O director-geral salientou também que as vacinas não são suficientes para manterem os países seguros e alertou que na última semana o número de casos de Covid-19 aumentou no mundo pela primeira vez, em sete semanas, na Europa, mas também do Sudeste Asiático, no Mediterrâneo Oriental e nas Américas.
O aumento de casos, afirmou, é decepcionante, mas não surpreendente, sendo que em alguns países se deveu ao relaxamento de medidas de saúde pública e mais circulação de pessoas, a par da circulação de variantes do vírus.

Numa conferência de imprensa em que se falou essencialmente sobre as vacinas, os responsáveis da OMS presentes disseram haver "dados encorajadores” de redução de infecções nos profissionais de saúde que já foram vacinados e explicaram que foram questões logísticas e de documentação que levaram a que fossem o Ghana e a Costa do Marfim os primeiros países a receberem as primeiras vacinas COVAX.

Questionado pelos jornalistas, Michael Ryan, director executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, avisou que é prematuro e "não realista” pensar-se que a pandemia de Covid-19 termine até ao fim de 2021, mas disse que pode ser possível reduzir as hospitalizações e as transmissões e impedir que surjam novas variantes do vírus.
 "Se controlarmos a transmissão, controlamos a pandemia”, disse.
Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou: "não podemos erradicar o vírus até ao final do ano, mas podemos reduzir as hospitalizações e a severidade da doença”.

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