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ONU apela à libertação dos líderes civis

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou, ontem, à “calma” no Mali e pediu a “libertação incondicional” dos líderes civis, detidos segunda-feira à noite pelos militares.

26/05/2021  Última atualização 05H20
© Fotografia por: DR
"Estou profundamente preocupado com as notícias da detenção de líderes civis encarregados da transição no Mali”, escreveu Guterres numa mensagem na rede social Twitter, referindo-se à detenção do Presidente, Bah Ndaw, e o do Primeiro-Ministro, Moctar Ouané. "Apelo à calma e à sua libertação incondicional”, acrescentou.

Por sua vez, em comunicado conjunto emitido ainda na segunda-feira à noite, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana e a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA), assim como outros países, como, por exemplo, França, Reino Unido, Estados Unidos,  Alemanha e a União Europeia, expressaram "profunda pre-ocupação” pela situação no Mali, na sequência da detenção do Presidente, Bah Ndaw, e do Primeiro-Ministro, Moctar Ouané.

O Conselho Europeu condenou "o rapto do Presidente e do primeiro-ministro” do Mali por militares, apela ao regresso a uma transição política "civil” disse ontem o seu presidente, Charles Michel.

Falando numa conferência de imprensa no final da primeira sessão de trabalhos da cimeira de líderes da UE iniciada na segunda-feira em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, dando conta dos diversos assuntos abordados ontem pelos " Grupo  dos 27” em matéria de política externa, apontou que, "em paralelo”, os líderes acompanharam os últimos desenvolvimentos no Mali.
  Descontentamento social aumenta entre a população

Este golpe de estado surge no meio de um crescente descontentamento social e quando o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Mali (UNTM) iniciava uma greve de quatro dias depois que as negociações com o Governo sobre salários e subsídios fracassaram. Segundo a AFP, os grevistas exigem a satisfação de 48 pontos transmitidos às autoridades. Estes incluem a resolução dos direitos de revisão da lei que cria o Gabinete Central de Luta contra o Enriquecimento Ilícito e a contratação de pelo menos 20 mil jovens graduados para o serviço público.

Os funcionários públicos malianos também exigem a integração no serviço público de todos os professores das escolas comunitárias e a transposição para o sector privado dos aumentos salariais obtidos em 2014 e 2019.
A UNTM que reúne diversas associações e sindicatos do serviço público é o maior sindicato do Mali.

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