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ONU pede libertação imediata do jornalista detido na Bielorrússia

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu esta terça-feira (25), a libertação imediata do jornalista da oposição detido em Minsk após o desvio de um avião pelas autoridades da Bielorrússia e exigiu provas de que o detido não foi torturado.

25/05/2021  Última atualização 12H08
© Fotografia por: DR

"Exigimos a libertação imediata de Roman Protasevich e de Sofia Sapéga (companheira do jornalista), que deveriam ser ambos autorizados a deslocar-se para o seu destino inicial, na Lituânia", disse um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

"Tememos pela segurança de Roman Protasevich e desejamos obter garantias de que ele está a ser tratado humanamente e não é submetido a maus-tratos ou a tortura", acrescentou o porta-voz numa conferência de imprensa regular da ONU em Genebra.

A mesma fonte considerou que o aparecimento do jornalista na televisão estatal na segunda-feira à noite "não é suficientemente tranquilizador, tendo em conta as aparentes contusões na sua face, e a forte probabilidade de que o seu aparecimento não foi voluntário, e que a sua "confissão" foi obtida à força".

"Confissões obtidas à força são proibidas pela Convenção contra a Tortura" recordou.

As autoridades bielorrussas são acusadas de terem desviado um voo comercial entre Atenas e Vílnius, forçando uma aterragem em Minsk sob o pretexto de um alerta de bomba.

O desvio culminou com a detenção de Roman Protasevich, jornalista da oposição de 26 anos, e da sua companheira, Sofia Sapéga, cidadã russa, que se encontravam a bordo do aparelho.

"Como tantos outros, estamos chocados pela captura ilegal e a detenção arbitrária do jornalista", disse Colville, denunciando os "falsos pretextos" que justificaram a detenção.

A televisão bielorrussa difundiu na segunda-feira à noite um vídeo em que o jornalista detido admite ter organizado protestos no país.

"Esta detenção arbitrária é sinal de uma escalada extremamente preocupante da repressão das vozes dissidentes, não apenas de jornalistas, mas também de defensores dos direitos humanos bielorrussos e de outros atores da sociedade civil, incluindo alguns que vivem no estrangeiro", afirmou ainda Colville.

As presidenciais realizadas no ano passado na Bielorrússia deram a vitória a Lukashenko, com 80 por cento dos votos, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.

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