Política

Oposição armada na RCA aceita abandonar via da guerra

A oposição armada da República Centro Africana (RCA) aceitou abandonar a via da guerra para participar na materialização de um processo sério de desarmamento, desmobilização, reinserção e reintegração, avançou esta terça-feira, em Luanda, o presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos.

20/04/2021  Última atualização 19H21
© Fotografia por: Santos Pedro| Edições Novembro
Ao discursar no encerramento da segunda mini-cimeira sobre a situação política e de segurança naquele país, João Lourenço destacou que, com este passo, ficam reunidas, a partir deste momento, as condições para o início de uma nova fase das acções de pacificação na República Centro Africana, com o governo de Tuadera a liderar a condução de todos os actos que levem à concretização efectiva das disposições estipuladas no acordo de Cartum.

 

"Estamos, agora, perante a possibilidade de se definir um quadro, no âmbito do qual se deve pôr em acção os mecanismos de implementação dos entendimentos alcançados com a oposição armada”, frisou.

 

O estadista angolano disse estar convencido que o interesse e o engajamento com que os países da região se empenharam neste esforço de resolução do conflito naquele país não se vai alterar, para que se possa não só funcionar como garante da observância dos compromissos assumidos pelas partes, como, também, contribuir com os meios ao alcance de cada um, no sentido de se assegurar a sustentabilidade da paz.

 

 "Que fique claro aos olhos do povo da República Centro Africana que a única motivação que está na base de todas as diligências efectuadas até aqui pela presidência em exercício da CIRGL e da CEEAC é a de contribuir para a resolução definitiva do conflito, salvaguardando, sempre e sem quaisquer hesitações, a paz, a estabilidade, o progresso social e o desenvolvimento económico da República Centro Africana”, garantiu.

 

Para o presidente em exercício da CIRGL, este passo dado é importante, mas não derradeiro, razão pela qual defendeu que sejam dados outros. Por outro lado, disse tratar-se de uma oportunidade que as partes devem evitar desperdiçar. João Lourenço lançou um apelo vibrante às forças rebeldes e à oposição civil para agirem de boa-fé, correspondendo ao gesto de boa vontade que o Presidente Touadéra continuará a fazer.

Revelou que, desde a primeira mini cimeira de Luanda, realizada no dia 29 de Janeiro deste ano, Angola e Tchad multiplicaram diligências no sentido de persuadir os líderes das facções rebeldes a renunciarem à luta armada como via para dirimirem diferenças, seja de que naturezas forem.

 Através deste gesto, prosseguiu, foi possível demonstrar-lhes que o recurso à guerra não favorece a solução genuína de objectivos políticos cujos efeitos vão muito para além do fim efectivo do conflito.

O Presidente angolano salientou ser importante que, doravante, todos os actores, tendo à cabeça o Presidente Archange Touaderá, com o apoio da CIRGL, CEEAC, União Africana, trabalhem em sintonia, no estabelecimento de um roteiro claro, que esteja enquadrado no espírito das Resoluções das Nações Unidas e que garanta o diálogo e a concertação permanentes com os actores políticos e a sociedade civil, no intuito de se dinamizar o acordo de Cartum.

"A liderança deste processo deve ser assumida pelo próprio país, a República Centro Africana. Nós estaremos a seu lado para lhe dar todo apoio necessário para o sucesso deste desafio, que acreditamos estar cada vez mais próximo do seu feliz desfecho”, aclarou.

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