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PAIGC denuncia escândalo de pagamentos irregulares

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), na oposição na Guiné-Bissau, acusou o ministro das Finanças de desinformação e manipulação da opinião pública sobre os pagamentos a “empresários-políticos”.

30/01/2021  Última atualização 22H06
© Fotografia por: DR
Num comunicado de imprensa citado pela Lusa, o PAIGC, vencedor das últimas eleições legislativas, mas que se encontra na oposição, considerou que João Fadiá, em vez de prestar esclarecimentos sobre os pagamentos aos "empresários-políticos” actualmente no poder, "desvia a atenção da opinião pública do essencial”.

"O próprio Fadiá reconheceu efectuar o pagamentos a   Braima Camará e a Victor Mandinga”, diz o comunicado divulgado sexta-feira, em que o PAIGC volta a exigir mais esclarecimentos sobre os pagamentos. Braima Camará é deputado e líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) e Victor Mandinga também é deputado pelo mesmo partido. Ambos são empresários e, segundo o ministro das Finanças, é naquela condição que estão a receber pagamentos pelas dívidas que o Estado guineense tem para com as suas empresas.

Sobre o pagamento a Braima Camará, dono de uma unidade hoteleira e de uma empresa do sector da castanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau, o PAIGC considera que os valores são exorbitantes e que dariam "para pagar quase a totalidade dos salários da Administração Pública”.

Em relação ao pagamento a Victor Mandinga, o partido liderado por Domingos Simões Pereira refere ser "estranho e duvidoso” por se referir a uma dívida de 1998 mas que o empresário tem recebido "sempre que integra o Governo”. O PAIGC sublinha que o governante deve uma explicação ao país sobre os pagamentos "aos empresários-políticos” e que tal diligência será feita na Justiça, através de uma queixa-crime que, afirmou, irá mover contra o ministro.

O partido afirma ser enganoso quando o ministro das Finanças apresenta o recente apoio ao país anunciado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de 20,47 milhões de dólares no âmbito do combate à Covid-19, como algo resultante de uma boa gestão nas Finanças Públicas.

"É do conhecimento público que verbas do género foram alocadas a tantos outros países africanos no âmbito da estratégia de prevenção e de combate à pandemia da Covid-19”, refere o comunicado do PAIGC. O partido acusa João Fadiá de ser responsável pela delapidação de fundos públicos.

Entretanto, o ministro da Economia e Integração Regional da Guiné-Bissau, Victor Mandinga, disse à Lusa que voltou atrás com a decisão de abandonar o Governo, embora mantenha algumas críticas que faz às opções do Orçamento Geral do Estado (OGE). Em Novembro, Victor Mandinga apresentou ao Primeiro-Ministro, Nuno Nabiam, a sua demissão do Governo, mas, após conversações, decidiu voltar a reassumir a pasta.

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