Economia

País é o quinto maior produtor de mandioca

Angola é, actualmente, o terceiro maior produtor africano de mandioca e décima quinta mundial, ao que se impõe a adopção de uma nova abordagem para o aumento da produção e de transformação do tubérculo.

11/03/2021  Última atualização 09H30
Pequenos produtores na província do Uíge são um exemplo da força da agricultura familiar © Fotografia por: Cedida
O dado foi avançado, ontem, durante a webinar internacional "Oportunidades e desafios na cadeia de valor da mandioca em Angola”, organizado pelo Ministério da Indústria e Comércio, com a participação da Embrapa, que partilhou, no fórum, as experiências do Brasil.
No presidium do fórum virtual, o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, contou com as presenças dos secretários de Estado do Comércio, Amadeu Nunes, e da Agricultura, João da Cunha. Estiveram ainda como convidadas especiais a Alta-Comissária da União Africana para a Agricultura, Josefa Sacko, e a representante em Angola do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Gherda Barreto.

Dados apresentados no evento revelaram que a Região Norte do país concentra mais de metade da produção nacional (66,2 por cento). A província do Uíge é o maior produtor de mandioca, com 20 por cento, mas é Malanje, com oito mil produtores catalogados, onde está o forte potencial nacional.
Conforme pretensão avançada pelas autoridades da Agricultura, da Indústria e Comércio, além de vários parceiros entre os quais a FAO e o Alto Comissariado da União Africana para a Agricultura, Angola deve investir na produção de mandioca e, desta forma, baixar significativamente a actual alta de importação da farinha de trigo, cifrada em 400 milhões de dólares.

Entre os desafios que precisam de ser ultrapassados, constam a ausência de infra-estruturas adequadas, de políticas mais atractivas e os baixos investimentos, que tornam pouco atractiva a produção da mandioca, mesmo tendo um mercado africano capaz de absorver bastante oferta, reforçado, agora, com a abertura da Zona de Livre Comércio Africano.
Dados avançam que o país produz em média mais de 10 milhões de toneladas  de mandioca ao ano, e em cada hectare de terra gera apenas 10 a 11 toneladas, cifra considerada muito baixa tomada em consideração as 22 toneladas, por exemplo, que a Tailândia retira em cada hectare.

Nesse sentido, a criação de start-ups foi também avançada como uma solução, para atrair não só tecnologia, mas também jovens e saber científico, factores que podem garantir num médio e longo prazo auto-suficiência interna e forte capacidade de exportação.
Aliás, para os próximos cinco anos, Angola pretende atingir uma produção de 25 milhões de toneladas/ano de mandioca, considerando a posição estratégica que o alimento desempenha na segurança alimentar e no reforço da dieta das famílias no mundo, em África e em Angola em particular.

A Nigéria é o maior produtor, mas é também um forte consumidor e a produção local não responde aos níveis de procura interna. Logo, abordou um dos painéis da videoconferência, países com solos adaptáveis à cultura de mandioca em toda a sua extensão, como é o caso de Angola, devem aproveitar este mercado continental para capitalizar a oferta do produto e diversificar a estrutura nacional de bens exportáveis.

Atendendo a componente financiamento, necessária, para tornar-se real toda e qualquer estratégia adoptada, o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) deverá lançar nos próximos dias, conforme garantias oficiais, novos produtos de crédito para capitalizar a cadeia de valor.

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