Desporto

Patrícia Mamona brilha com ouro

Patrícia Mamona voltou a brilhar no Campeonato Europeu de Pista Coberta. A descendente de angolanos fechou com a medalha de ouro a participação de Portugal no evento que decorreu de 4 a 7 do corrente em Turun, Polónia, e conquistou o título de triplo salto pela terceira vez.

09/03/2021  Última atualização 11H50
© Fotografia por: DR
Francisco Carvalho

Em terras polacas, Mamona levou a bandeira ao lugar mais alto do pódio com a marca de 14,53 metros. Para completar o cenário, a alemã Neele Eckhardt estabeleceu 14,52 metros, a mesma marca da espanhola Ana Peleteiro na terceira posição.
Mamona fez uma prova de enorme qualidade, depois de vencer as qualificações com um salto de 14,43 metros, a um centímetro do recorde de Portugal. O prémio resultou da terceira tentativa, depois de estabelecer duas boas marcas: 14,35 e 14,38 metros.

A selecção portuguesa composta por 17 elementos alcançou na história do campeonato Europeu de Pista Coberta a maior surpresa no quadro de medalhas final. As três de ouro obtidas por Patrícia Mamona, Auriol Dongamo e Pedro Pichardo catapultaram os tugas para o segundo lugar e deixaram as grandes potências mundiais em sobreaviso. A conquista é a melhor de sempre, depois de Estocolmo em 1996. Apenas duas medalhas de ouro pintavam a história.

Auriol Dongamo estreou-se na competição e foi o maior out-sider no lançamento de peso. Na sua primeira internacionalização por Portugal arredou para lugares subsequentes os alemães, os principais derrotados.
O luso-cubano Pedro Pichardo teve de se aplicar a fundo para conquistar a primeira medalha de ouro para Portugal. A marca de 17,30 metros no triplo em Turun é o culminar da preparação que perdura há dois anos, desde que veste as cores da bandeira tuga.
Na festa decorrida na cidade polaca de Turun, o espanhol Oser Husilhos chamou a si o título de campeão dos 400 metros livres.

Na lista de consagração está Nafassitou Thiam. O belga foi o mais resistente e conquistou a medalha de ouro na prova de pentatlo. A terra do Rei Filipe Leopoldo Luís Maria viu ainda Elisa Vanderelst erguer o ouro dos 1500 metros.
Os atletas dos países baixos aproveitaram bem a ausência da Rússia, suspensa a nível internacional. Os homens e as mulheres conquistaram as medalhas de ouro nas estafetas de 4x400 metros. Os títulos juntaram-se ao esperado ouro de Nadine Visser, nos 60 metros barreiras.

A liderança mundial da época estendeu-se à Ucrânia.  Maryna Beckh-Romanchuk rompeu a barreira do ar e saltou 6,92 metros na prova de comprimento. A compatriota Yaroslava Mahuchikh triunfou no salto feminino sem surpresas.
No salto com vara, o recordista mundial Armand Duplantis fez o que se esperava e conquistou com facilidade a prova. Em busca de recorde do planeta, as tentativas do sueco redundaram em fracasso. A sueca Angelica Moser conquistou a prova feminina.
Nas provas combinadas, o recordista mundial voltou a evidenciar a força, tenacidade e abnegação. O francês Kevin Meyer dominou o heptatlo. O atletismo gaulês somou também a vitória de Wilhem Belocian na prova de 60 metros barreiras.

Depois de ver Marcin Lewandowski a perder diante de Jakob Ingerbritsen e Ewa Swoboda impedida de alinhar na corrida de 60 metros por estar infectada com o novo coronavírus, a Polónia sorriu com a vitória de Patrik Dobek nos 800 metros. A britânica Keely Hodgkinson regressou à terra da Sua Majestade Elizabeth II com a medalha de ouro nos 800 metros femininos.


 PARTICIPAÇÃO
Cidade de Cavaleiros acolheu 733 atletas


 Depois de Katowice, em 1975, a Polónia voltou a receber o Campeonato Europeu de Atletismo Indoor de 2021. A pequena vila de Turun fundada em 1231 por Cavaleiros Teutónicos foi palco da festa que envolveu 733 atletas de 47 países, um recorde na história da competição.
Na cidade medieval de pouco mais de 200 mil habitantes distribuídos numa extensão de 115,72 Km quadrados, os desportistas desfrutaram da beleza do património mundial da Unesco desde 1997.

De 4 a 7 de Março, a organização fez disputar 13 eventos de atletismo masculino e igual número em feminino no Arena Turun. Pela primeira vez, a Holanda liderou o quadro de medalhas com quatro de ouro, uma de prata e duas de bronze. Portugal quedou-se na segunda posição e arredou para lugares subsequentes a Grã-Bretanha, Bélgica, França, Ucrânia, Noruega e Suíça. Vinte países conquistaram medalhas face à ausência da Rússia.

Organizada pela Associação Europeia de Atletismo fundada em 1969 e reconstituída em 2003, a AEA tem a sede social na cidade suíça de Lausanne e tem como lema "Your Sport for life”. Estão filiadas na entidade 50 federações nacionais. Além dos Campeonatos Europeus de Atletismo de Pista Coberta, faz disputar os de Corrida de Montanha, de Nações, de Sub-23, Sub-20, Sub-18 e Corta-mato. A próxima edição  do Indoor é disputada em Instambul em 2023.


  DISTINÇÃO
Jakob Ingerbritsen
é o rei da competição

A maior consagração do Campeonato Europeu de Atletismo de Pista Coberta, disputada de 4 a 7 do corrente, em Turun, Polónia, tem o nome de Jakob Ingerbritsen. O norueguês terminou a competição com dobradinha ao peito e foi o destaque da competição individual. O fundista das terras do bacalhau deixou a sala de jogos do Arena Turun com duas medalhas de ouro obtidas nas provas de 1500 e 3000 metros.
O mais jovem dos irmãos Ingerbritsen (20 anos e 168 dias) dominou com perfeição as provas e defendeu o título conquistado há dois anos nos 3000 metros. Em quatro dias consecutivos, mostrou resistência, boa preparação e alcançou a quinta medalha de ouro nos Europeus.

A participação de Jakob ficou registada com protesto e contra-protesto, após a desclassificação do norueguês, primeiro nos 1500 metros, por ter pisado a linha da pista interior, uma decisão que favorecia o polaco Marcin Lewandowski. Depois, foi reinstalado na classificação, com o júri de recurso a decidir que a falta em nada o beneficiou. Quando foi à pista para as eliminatórias dos 3000 metros, pensou em renunciar a prova.

Lamont Jacobs é o mais rápido do ano. O italiano estabeleceu a melhor marca mundial na final de 60 metros com 6,47 metros. A nova rainha europeia de velocidade é a suíça Ajla del Ponte, campeã dos 60 metros.
A Holanda terminou no topo da classificação geral de medalhas do Europeu de Atletismo Indoor, pela primeira vez na história da competição, com quatro medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Famke Bool entra nos registos da competição com vitória na prova de 400 metros femininos (50s62), a melhor marca do continente do ano e recorde do seu país.
A especialista dos 400 metros com barreira e 400 metros estabeleceu o re-corde pessoal em Julho de 2020 com 53s79 e tornou-se na quarta europeia com me-nos de 23 anos a mais rápida da história.


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