Política

“Pensamento de Neto foi determinante para a derrota do regime do apartheid”

Lourenço Manuel | Menongue

Jornalista

O ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade", afirmou, ontem, que o pensamento do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, segundo o qual "na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuação da nossa luta", foi determinante para a derrota do regime segregacionista da África do Sul, a 23 de Março de 1988.

24/03/2021  Última atualização 07H51
© Fotografia por: DR
João Ernesto dos Santos "Liberdade" discursava no acto central do 33º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, em representação do Presidente da República, João Lourenço.
"Foi com esta determinação que as Forças Armadas Populares de Libertação de Angolana (FAPLA), com a ajuda das tropas cubanas, impuseram uma pesada derrota ao exército do regime do apartheid, no dia 23 de Março de 1988 e libertaram a África Austral", sublinhou o ministro da Defesa Nacional. João Ernesto dos Santos "Liberdade" lembrou que, no passado, Angola foi capaz de congregar sinergias e derrubar o regime do apartheid. Hoje, prosseguiu, tem de ser capaz de projectar o desenvolvimento de todos os angolanos, para ombrear, de igual para igual, com outros países da África Austral.

"Passados 33 anos desde a libertação da África Austral, enfrentamos uma nova batalha contra a corrupção, impunidade, nepotismo, crise financeira e agora também a Covid-19", sublinhou.
O ministro da Defesa Na-cional rendeu  homenagem a todos os heróis da histórica Batalha do Cuito Cuanavale e agradeceu ao povo cubano, bem como aos Estados-membros da Troika de observadores (Portugal, Rússia e Estados Unidos da América), que ajudaram o povo angolano a demonstrar à África e ao mun-do a justeza da sua luta.

Reconheceu ser obrigação do povo angolano e, particularmente, das instituições do Estado prestar apoio aos heróis associados ao Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), que derramaram sangue e suor na defesa da Pátria e que ainda enfrenta muitas dificuldades.

Ajuda para a desminagem

O governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, na qualidade de anfitrião, pediu a ajuda do Executivo para a desminagem do troço rodoviário Cuíto Cuanavale/Mavinga e retirar as populações daquele município do calvário deixado pelas tropas do regime do apartheid e da UNITA.

Aos historiadores das Forças Armadas Angolanas (FAA) foi solicitada o devido reconhecimento da Batalha do Baixo-Longa, que ocorreu entre os dias 17 e 18 de Julho de 1984. Com apenas um punhado de soldados, chefiado pelo então aspirante das FAPLA João Maconda Vingado, resistiu contra o ataque de sete batalhões da UNITA e a aviação sulafricana que bombardeava constantemente a posição.  
Júlio Bessa apelou às instituições competentes do Estado a investir na educação patriótica dos jovens.


Maior atenção
aos ex-militares

O rei do Cuito Cuanavale, Mbingo Mbingo, pediu ao ministro da Defesa Nacional  maior atenção aos ex-militares e ao povo da circunscrição.
O pedido foi feito durante uma visita do ministro João Ernesto dos Santos "Liberdade" à residência daquela autoridade tradicional.
A Batalha do Cuito Cuanavale ocorreu de 15 de Novembro de 1987 a 23 de Março de 1988, no município com o mesmo nome, na província do Cuando Cubango. A batalha terminou com a retirada das tropas sul-africanas e cubanas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à independência da Namíbia.


Governadora de Luanda reconhece bravura dos angolanos

A governadora de Luanda, Joana Lina, destacou, ontem, em Luanda, a bravura dos combantes angolanos durante a Batalha do Cuito Cuanavale, que culminou com a Libertação da África Austral.
Joana Lima falava depois da deposição de uma coroa de flores no Monumento do Soldado Desconhecido, na Avenida 1º Congresso do MPLA, por ocasião do 33º aniversário do Dia da Libertação da África Austral, que se assinalou ontem.

Os acontecimentos do dia 23 de Março, há 33 anos, disse a governadora de Luanda, têm relevância política, uma vez que se inscrevem na História das intensas lutas de resistência do povo angolano. "Não há palavras que podem servir para agradecer o valioso contributo que os antigos combatentes, naquela altura, em condições extremamente difíceis, passaram na Batalha do Cuito Cuanavale. Isso obriga-nos a olhar para os bravos antigos combatentes como os nosso heróis", sublinhou.  Para isso, acrescentou, "compete à juventude, hoje, segurar o leme para o país continuar a somar vitórias e ser respeitado e prestigiado a nível de todos os países do mundo”.
          
A governante destacou que as celebrações  representam uma ocasião ímpar para os angolanos, porque Angola escreveu "páginas de ouro" na História do continente Africano e da África Austral em particular.
Joana Lina informou que a Batalha do Cuito Cuanavele abriu caminho para a Independência da Namíba e o fim do apartheid na África do Sul. "Devemos sentir-nos orgulhosos por, directa ou indirectamente, termos contribuído para que este feito”, atestou.

O secretário-geral da Federação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, brigadeiro na reserva Vicente Júnior, apontou a libertação de Nelson Mandela e a eliminação do apartheid na África do Sul, a Independência da Namíbia, a Pacificação de Angola e da África Austral como as principais implicações históricas da Batalha do Cuito Cuanavale.

 Job Franco

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