Economia

Petróleo cai quase 5 por cento e reverte os elogios da OPEP

Preços do petróleo caíram mais de 4 por cento, nesta segunda-feira (5), revertendo a recuperação anterior à Sexta-Feira Santa, com os comerciantes desaprovando a decisão da OPEP + de interromper os cortes de produção de um ano, com base na crescente procura por petróleo no verão.

06/04/2021  Última atualização 00H54
Brent de referência para Angola fechou a 62,15 dólares por barril © Fotografia por: DR

A OPEP + de 23 membros - compreendendo os 13 membros originais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pela Arábia Saudita, e 10 outras nações produtoras comandadas pela Rússia – referiu, na quinta-feira, que vai injectar 350 mil barris adicionais por dia em Maio e Junho, e mais 400 mil por dia em Julho. A Arábia Saudita, inicialmente, não queria um aumento na produção, mas cedeu à pressão do restante do cartel.

Embora o anúncio tenha sido recebido por um mercado amigável na época, foi visto de forma diferente nesta segunda-feira, devido a manutenção dos problemas ligados ao novo coronavírus fora dos Estados Unidos.

Os relatórios mais recentes sobre a pandemia da Covid-19 mostraram que a variante do vírus no Reino Unido continua a queimar partes da Europa - com a Polónia a ter 60 vezes mais casos do que há um ano. Enquanto isso, a Índia registou um recorde de mais de 100 mil infecções por dia durante o fim-de-semana. A Europa, como região, é dos maiores consumidores de petróleo, enquanto a própria Índia é o terceiro maior comprador.

O Brent, negociado em Londres e que serve de referência para Angola, fechou em 2,71 dólares, ou 4,2 por cento, a 62,15 dólares por barril. A baixa da sessão de Brent foi de 61,25 dólares, um mínimo não atingido em 25 de Março.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque , a referência para o petróleo dos Estados Unidos, fechou em 2,80 dólares, ou 4,6 por cento, a 58,65 dólares. O WTI atingiu anteriormente uma baixa de duas semanas de 57,63 dólares.

Os preços do petróleo também ficaram sob pressão quando o Irão abriu negociações com potências globais em Viena para encontrar uma maneira de acabar com as sanções americanas de dois anos ao seu petróleo, impostas pelo antigo Governo Trump. A Casa Branca, agora sob o Governo do Presidente Joseph Biden, concorda em encerrar as sanções, desde que Teerão dê provas de que seu programa nuclear não é capaz de produzir uma bomba atómica. O Irão, no entanto, está exigindo que as sanções sejam removidas antes de fazer tais concessões.

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