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PM etíope reconhece atrocidades em Tigray

O Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, reconheceu, ontem, que foram cometidas atrocidades na região do Tigray, Norte do país, onde continuam os combates e as tropas federais estão em perseguição aos líderes regio-nais fugitivos.

24/03/2021  Última atualização 10H15
© Fotografia por: DR
"Há informações que indicam que foram cometidas atrocidades na região de Tigray", disse o Primeiro-Ministro, Abiy Ahmed, num discurso perante deputados na capital, Addis Abeba, naquela que é a primeira admissão pública do chefe do Governo de crimes graves naquela região do Norte.
Assegurou que os soldados que violaram mulheres ou cometeram outros crimes de guerra serão responsabilizados, apesar de ter citado a "propaganda do exagero" da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF), o partido outrora dominante na Etiópia e cujos líderes desafiaram a legitimidade de Abiy após o adiamento das eleições no ano passado.

O conflito do Tigray começou em Novembro, quando Abiy enviou tropas governamentais para a região, após um ataque às instalações militares federais.
O Exército Federal está agora a caçar os líderes fugitivos regionais.
Abiy acusou os líderes regionais de "uma narrativa de guerra", enquanto a região enfrentava desafios como uma praga de gafanhotos e a pandemia da Covid-19.
"Esta foi uma arrogância inoportuna e inapropriada", disse, segundo uma transcrição dos seus comentários publicada no Twitter pelo seu gabinete.

As declarações de Abiy surgem numa altura em que continuam a aumentar as preocupações com a situação humanitária naquela região, onde vivem mais de seis milhões de pessoas.
Os Estados Unidos caracterizaram alguns abusos cometidos durante o conflito em  Tigray como "limpeza étnica", acusações consideradas infundadas pelas autoridades etíopes.
A Administração norte-americana exortou, também, as tropas eritreias, que lutam do lado das forças governamentais etíopes, a retirarem-se de Tigray.

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