Política

PR considera importante motivar os jovens para o agro-negócio

O Presidente da República, João Lourenço, considerou, ontem, importante motivar os jovens para o empreendedorismo e o agro-negócio, facilitando-lhes o acesso às terras, aos insumos, à formação, aos financiamentos, às novas tecnologias e aos mercados.

30/04/2021  Última atualização 10H50
João Lourenço realçou a “grande contribuição e atenção reservadas” a Angola pelo FIDA e pelo Banco Africano de Desenvolvimento © Fotografia por: DR
Ao discursar, por videoconferência, na abertura do Diálogo de Alto Nível sobre "Alimentar África: Liderança para o Incremento das Inovações bem Sucedidas”, organizado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Chefe de Estado sublinhou que se tem estado a verificar, nos últimos anos, uma forte vontade dos países africanos e da sua organização, a União Africana, no sentido da transformação e da modernização da agricultura, das suas instituições, na melhoria da qualificação e aproveitamento dos quadros técnicos e na definição de novas estratégias e prioridades. "A população africana é jovem e terá um papel fundamental nessa transformação e no desenvolvimento da agricultura e das pescas”, acrescentou. 

Esclareceu que esforços vêm sendo envidados para a melhoria dos processos de conservação e transformação, a fim de se evitarem perdas significativas ao longo de toda a cadeia de valor, melhorar a qualidade e apresentação comercial, reduzir os custos, criar mais postos de trabalho e oportunidades de exportação.Na generalidade dos países africanos, salientou, ainda é preponderante a agricultura familiar e nela a mulher ocupa um papel relevante, utilizando instrumentos tradicionais que exigem um maior esforço e reduzem a produtividade. "Impõe-se uma profunda transformação nesta área, através da sua formação em ‘escolas de campo’, do acesso às terras e ao crédito”, disse.

Para o Chefe de Estado, importa investir na pesquisa sem subestimar-se o conhecimento tradicional e a experiência dos pequenos agricultores, que pode ser melhorada e desenvolvida com a aplicação de novas tecnologias. "A melhoria de sementes, o estudo dos fertilizantes, o combate às pragas e doenças animais devem estar também entre as prioridades”, sublinhou.João Lourenço realçou a "grande contribuição e atenção reservadas” a Angola pelo FIDA e pelo BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), pela aprovação e implementação de um conjunto de projetos de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar e à comercialização, à recuperação da agricultura e ao reforço da resiliência dos pequenos produtores à escala familiar.

Forte esperança

João Lourenço considerou importante o "Diálogo de Alto Nível” promovido pelo FIDA, num momento em que existe a forte esperança de que uma vacinação generalizada possa contribuir para a solução da crise e o regresso à vida normal. "Até lá, é importante estabelecer-se uma estratégia de actuação que permita coabitar com a pandemia enquanto esta não desaparece, visando garantir a segurança alimentar, a reactivação das economias e a normalização da vida dos cidadãos, conjugando esforços dos governos e o envolvimento do sector privado, da sociedade civil, das universidades e dos centros de pesquisa”, sublinhou.

Lembrou que o continente africano é justamente considerado o continente da esperança e do futuro, pela juventude da sua população e pela importância e diversidade dos seus recursos naturais. Reconheceu que a sua população rural está sobretudo ligada à agricultura familiar, que contribui com cerca de 70 por cento para o abastecimento dos mercados, mas apesar disso continua a ser o mais pobre e com maiores problemas alimentares.Apontou os baixos preços das matérias-primas nos mercados internacionais e o grande peso da dívida externa como outros dos factores que dificultam a reactivação das economias dos países africanos, considerando que as negociações ao nível bilateral e multilateral deverão continuar para o reescalonamento das dívidas, em função da situação específica de cada país.

O Presidente da República reconheceu que a fraca industrialização para o processamento dos produtos do campo faz com que grande parte dos produtos alimentares processados, consumidos em África, sejam importados de outros continentes.A par destas condicionantes, acrescentou, "verificamos, com preocupação, os efeitos das alterações climáticas que provocam, com mais frequência, a seca severa e inundações, assim como o surgimento de pragas, com impacto negativo na produção de alimentos”. 

Considerou, por isso, relevante a implementação do Acordo de Paris, que deve fazer parte da Agenda Internacional, para que se criem sistemas apropriados de alerta de riscos e catástrofes, que permitam agir em antecipação a futuros eventos. João Lourenço informou que Angola conta com assistência técnica da FAO no controlo da praga de gafanhotos que assola as culturas no Sul do país, através do projecto de resposta à propagação de gafanhotos na África Austral.

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