Política

PR testemunha investidura de Denis Sassou Nguesso

César Esteves

Jornalista

O Presidente da República, João Lourenço, testemunhou, ontem, em Brazzaville, capital da República do Congo, a cerimónia de investidura de Denis Sassou Nguesso, que deu início ao quarto mandato.

17/04/2021  Última atualização 07H00
João Lourenço foi recebido pelo homólogo congolês à chegada ao Palácio dos Congressos © Fotografia por: Santos Pedro | Edições Novembro
À chegada ao Palácio dos Congressos (Assembleia Nacional), onde decorreu o evento, João Lourenço, que se fez acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, foi recebido, à porta da Casa das Leis, pelo anfitrião. Depois de testemunhar o momento de investidura de Nguesso, ocorrido na sala principal do Congresso, o estadista angolano assistiu, já no período da tarde, ao desfile de tropas em parada, que foi antecedida de 21 salvas de canhões.

Vários outros Chefes de Estado marcaram presença no evento, estando, entre eles, o da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, também presidente em exercício da União Africana, da Namíbia, Etiópia, RCA, Guiné-Bissau, Senegal, Cote d'Ivoire, Libéria, Guiné Equatorial e Guiné Conacry. Entre outras individualidades presentes na actividade, esteve o ex-futebolista camaronês Samuel Eto.

No discurso de tomada de posse, Nguesso considerou a sua reeleição ao cargo de Presidente uma aposta do povo congolês na paz, estabilidade e desenvolvimento do país, tendo prometido tudo fazer para responder aos anseios da população, manifestados nas urnas. "Juro respeitar a Constituição, defender a Nação e garantir a paz e a justiça para todos”, prometeu.
Enquanto decorria a cerimónia de investidura, no exterior do Palácio dos Congressos, Nguesso era fortemente ovacionado por muitos cidadãos, que entoavam, de forma incansável, vários cânticos. Um cidadão que falou à imprensa justificou tal reacção com o facto de Nguesso ser considerado um Presidente cujas acções visam acudir os problemas da população. "É um Presidente que está a fazer muito pelo país e pelos cidadãos”, realçou.

Denis Sassou Nguesso, de 77 anos, foi reeleito com 88,57 dos votos para um novo mandato de cinco anos. Bateu na corrida seis candidatos, incluindo um dos seus principais opositores, Mathias Dzon, um ex-ministro das Finanças de 73 anos. O seu principal adversário nestas eleições, Guy-Brice Parfait Kolelas, de 61 anos, morreu de Covid-19, ainda no decorrer do pleito. Kolelas perdeu a vida no avião que o tinha ido buscar a Brazzaville. Segundo o seu director de campanha, ele faleceu pouco depois de o avião aterrar em Paris, onde seria socorrido.

Relações são saudáveis  
Em declarações à imprensa, ainda no decorrer da cerimónia de investidura, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse que a participação do Chefe de Estado angolano na cerimónia de investidura de Nguesso representa o bom momento das relações existentes entre os dois países. Mas, por outro lado, destacou que a participação do estadista angolano no evento deve-se, também, ao facto de ser, neste momento, o presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, do qual a República do Congo faz parte. "É importante que o Presidente estivesse cá”, frisou Téte António, para quem as relações entre os dois países são estáveis.

O chefe da diplomacia angolana ressaltou o facto de, actualmente, três países vizinhos, nomeadamente Angola, República Democrática do Congo e República do Congo, estarem à frente de organizações sub-regionais.   
Nguesso dirigiu o país  entre 1979 e 1992. Voltou ao poder em 1997, onde se mantém até ao presente.
Numa altura em que muitos países redobram as medidas de segurança contra a Covid-19, vários cidadãos, nas ruas de Brazzaville, circulavam sem máscara facial. Um ou outro é que usava. 

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