Economia

Prestadores de serviços com baixos benefícios da exportação

A prestação de serviços à indústria petrolífera angolana representa um fluxo de caixa anual de 10 mil milhões de dólares, mas apenas 10 por cento desse valor (mil milhões) beneficia as empresas locais, segundo dados dos consultores da PetroAngola relativos a 2020.

26/03/2021  Última atualização 15H45
O fórum Banca Oil & Gas, que se realiza hoje, em Luanda, e vai procurar encontrar as experiências e soluções possíveis para elevar a obtenção de benefícios pelas empresas nacionais que operam na indústria petrolífera angolana e mobilizar investimentos capazes de impulsionar  a participação de conteúdo local no negócio.

Esta edição elegeu três temas para o debate, designadamente "O papel da banca na Indústria petrolífera”, "Financiamento da actividade petrolífera” e o "Fundo petrolífero angolano”.
O director executivo da PetroAngola, Patrício Quingongo, afirmou que, nos últimos cinco anos, uma média de 40 mil milhões de dólares foram transaccionados pela indústria petrolífera angolana, mas 70 por cento por cento desse valor, (28 mil milhões) movimenta-se no circuito internacional, excluindo qualquer ganho para os bancos angolanos.

É por esta razão, justificou ao Jornal de Angola o director da PetroAngola, que os gestores dos bancos angolanos e mesmo o BNA vão estar presentes no fórum que também conta com a participação de representantes do EximBank dos Estados Unidos e um fundo de investimento do Reino Unido.

Patrício Quingongo considera ser tempo de os bancos angolanos abandonarem as operações tradicionais de domicílio de salário e compra de divisas, pois há mais mercado, produtos e serviços por explorar, tendo como veículo a indústria do petróleo e do gás. Para ele, a banca pode multiplicar quatro vezes mais os actuais ganhos, caso aproveite o potencial que representa a Indústria.

Citou países como Nigéria e Brasil, entre os que adoptaram posições de referência e apostaram na presença das suas empresas na prestação de serviços.
Segundo disse, Angola, onde o petróleo representa mais de 90 do cento das exportações, deve seguir o mesmo caminho.

O gestor da PetroAngola destacou as participações da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e da Sonangol como sendo uma "boa oportunidade” para discutirem sobre a constituição de um Fundo Petrolífero.
"O Fundo Petrolífero de Timor Leste é de 20 milhões de dólares, o da Noruega mais de 150 mil milhões e o da Nigéria está com 20 mil milhões”, disse, para justificar que Angola deve lançar tal premissa e afastar o Fundo Soberano dessa missão.

A falta do Fundo gera desinvestimento e, isso, explica, vê-se na perda média de dois milhões de dólares por dia motivada por baixa produção, queda nos preços e reduzida procura. A tudo isso junta-se uma reserva actual estimada em não mais de cinco mil milhões de dólares, só superável com mais investimentos em futuras descobertas, um caminho que o país começou e deve prosseguir.

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