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Primeiro senador negro derruba os republicanos

O democrata Raphael Warnock venceu as eleições especiais para o Senado dos Estados Unidos na Geórgia, ao bater a senadora republicana Kelly Loeffler, tornando-se no primeiro senador negro na história do estado conservador.

07/01/2021  Última atualização 11H50
Warnock é pastor da igreja em que pregou Martin Luther King © Fotografia por: DR
Warnock, cuja vitória foi anunciada pelas cadeias de televisão norte-americanas CNN, CBS e NBC, é pastor na mesma igreja em que Martin Luther King pregou até ser assassinado em 1968, em Atlanta, durante o movimento pelos direitos cívicos dos afro-americanos.
"Esta noite, demonstrámos que com esperança, trabalho duro e pessoas do nosso lado, tudo é possível”, disse Warnock aos apoiantes num discurso virtual.O outro democrata em liça, Jon Ossoff, também estava à frente na contagem face ao senador republicano cessante, David Perdue, quando estavam contados 98 por cento dos votos, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

Ossoff, de 33 anos, poderá tornar-se o mais jovem senador democrata desde Joe Biden, eleito naquele estado em 1973.A confirmar-se a eleição dos dois democratas, o partido de Joe Biden reforçaria a vitória, podendo obter o controlo daquela câmara, no que seria um novo revés para o Presidente cessante, Donald Trump, que continua sem admitir a derrota nas eleições de 3 de Novembro.

Com uma dupla vitória na Geórgia, os democratas obteriam 50 lugares no Senado, tal como os Republicanos. Mas, tal como previsto na Constituição, a futura Vice-Presidente Kamala Harris teria o poder de "desempatar”, fazendo pender o equilíbrio da balança para os democratas.Galvanizados pela vitória de Joe Biden naquele estado conservador do sul, a primeira desde 1992, os democratas conseguiram mobilizar os eleitores, particularmente os afro-americanos, a chave para qualquer vitória dos democratas.

Mais de três milhões de eleitores puderam votar antecipadamente, representando cerca de 40 por cento dos recenseados na Geórgia, um número recorde em eleições para o Senado neste estado.Para o analista do ‘site’ independente "Cook Political Report” Dave Wasserman, esta noite de eleições fez recordar as eleições intercalares.

"Foi o que vimos em 2018: muitos eleitores de Trump simplesmente não se mobilizam quando Trump não está no boletim de voto”, escreveu na rede social Twitter.Também o antigo director de campanha de Biden, Rufus Gifford, escreveu no Twitter: "Nunca pensei que íamos ganhar estas eleições na Geórgia”. "Muito obrigado, Donald Trump”, ironizou.
Felicitações de Biden
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, saudou, ontem, a provável vitória dos democratas nas eleições para os lugares da Geórgia no Senado, que lhes dará o controlo da câmara alta do Congresso, prometendo agir em "unidade”."É hora de virar a página. Os americanos pedem acção e querem unidade e estou mais do que optimista de que aí chegaremos”, disse Biden, num comunicado, referindo-se aos resultados da segunda volta das eleições para o Senado no estado da Geórgia.
No comunicado, Biden deu os parabéns ao reverendo Raphael Warnock, pela vitória do candidato democrata a um dos dois lugares no Senado pela Geórgia, dizendo que está esperançoso pela repetição desse resultado para o outro candidato, Jon Ossoff, que estará prestes a ser declarado vencedor.

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