Sociedade

Pulverização aérea dizima milhões de gafanhotos no Cuando Cubango

Carlos Paulino | Menongue

Jornalista

Mais de cinco milhões de insectos foram dizimados durante uma pulverização aérea, nos campos agrícolas das localidades de Mapandato e Bondo-Caíla, município do Cuangar.

08/05/2021  Última atualização 10H05
Combate à praga de gafanhotos na província do Cuando Cubango está a devolver a tranquilidade © Fotografia por: Edições Novembro
O comandante da aeronave de pulverização do tipo THRUSH-510P, Valério da Costa, disse, ontem, que a operação decorreu "com sucesso”, graças a um aturado trabalho de rastreamento e mapeamento realizado pela aeronave da Força Aérea Nacional e das equipas em terra.
Para a pulverização dos 350 hectares foram desalojadas 32 famílias.

 Valério Costa explicou que, na manhã do dia 1 de Abril, data em que começou oficialmente a pulverização, uma numerosa nuvem de gafanhotos foi surpreendida na zona de Mapandato e, posteriormente, no Bondo-Caíla,  quando tentava emigrar para o território namibiano. "O enxame foi atingido com insecticida e já passam cinco dias sem relatos da presença de gafanhotos nas culturas dos camponeses”, referiu.

 O ponto focal da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura no Cuando Cubango, Januário José Cassanga, explicou que esta primeira operação de pulverização no Cuangar foi "um êxito total”, o que permitiu devolver alguma tranquilidade aos camponeses.

Nos próximos dias, acrescentou, vai ser criada uma equipa para trabalhar no "levantamento das zonas  pulverizadas”, para aferir se as ninfas (ovos de gafanhotos) foram, igualmente, atingidas, sublinhando que "depois da pulverização, os insectos demoram cinco dias a morrer”.

"Um gafanhoto  pode deixar num campo agrícola  pelo qual passa, pelo menos, 80 a 100 ovos”, explicou.
Para a operação de extinção da praga de gafanhotos na província do Cuando Cubango foram mobilizadas três aeronaves: uma para a pulverização, outra para o reconhecimento e mapeamento e a terceira para o transporte de passageiros e mercadoria.

O comandante da aeronave de pulverização referiu que a operação conta com 30 efectivos das FAA, três técnicos do Ministério da Agricultura, sete brigadistas no Dirico e seis no Bondo-Caíla.
De 19 de Abril a 3 de Maio foram mapeados 4.104.935 hectares, dos 5.185.400 suspeitos de terem sido assolados pela praga de gafanhotos nos municípios do Calai, Cuangar, Dirico, Mavinga e Rivungo.  

Até ao momento, disse, foram gastos 6.363 litros de combustível Jet-A1 para a realização de 30 horas e 40 minutos de voos de reconhecimento, mapeamento e pulverização nas cinco localidades do Cuando Cubango afectadas pela praga de gafanhotos, desde  Outubro do ano passado.
O ponto focal da FAO no Cuando Cubango disse que as aeronaves da Força Aérea Nacional e do Ministério da Agricultura continuam a sobrevoar para localizar mais nuvens de gafanhotos.


Formação de brigadistas  
Ao todo, 250 brigadistas estão a ser formados nos municípios do Cuangar, Dirico, Mavinga, Rivungo e Menongue, para trabalharem na campanha de sensibilização das populações para o combate à praga.
O projecto, financiado com um montante de 25 mil dólares americanos, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, está a ser executado pela Organização Não-Governamental Missão de Beneficência Agro-pecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologia e Ambiente.

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