Cultura

Qualidade das obras literárias considerada ainda muito baixa

A qualidade da maioria das obras literárias publicadas nos últimos anos, ainda deixa muito a desejar, do ponto de vista de qualidade gráfica, editorial e do próprio conteúdo, lamentou, ontem, em Luanda, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela.

27/04/2021  Última atualização 12H00
David Capelenguela (à esquerda) chama a atenção para o custo elevado do papel e as constantes alterações no preço dos materiais © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro
Outro ponto negativo, adiantou, é a fraca política de divulgação dos livros, que, mesmo a nível institucional ainda não se faz sentir. "Tem havido pequenas iniciativas, mas num universo muito vasto como o angolano, ainda há muito a ser feito”, criticou. 

Nesta era digital, o secretário-geral disse que já se pode sonhar com uma indústria cultural, ligada ao livro online. "Enquanto leitores, precisamos nos adaptar a esta realidade e tirar maiore proveito do online, inclusive já existem pessoas com o hábito de leitura nestes formatos”. A UEA, acrescentou, está a dar passos neste sentido. "No momento,  estamos limitados, mas tão logo as barreiras sejam ultrapassadas, penso que será um dos caminhos a seguir, pois o mundo vai à alta velocidade e todos somos desafiados a nos adaptar às novas realidades. O importante é incentivar as pessoas a não deixarem de ler”.  

Em relação ao mercado literário nacional, David Capelenguela acredita que este esteja a ganhar uma outra dimensão, nos últimos anos, devido ao surgimento de pequenas gráficas para atender um número cada vez mais crescente de editoras.Os custos de produção e edição de livros no país, esclareceu, continuam a ser dois assuntos que requerem a máxima atenção, pelo facto de a produção do livro no país estar muito elevada, mas não há políticas palpáveis para subvenção de certos materiais ligados à criação literária. "O custo elevado do papel e as constantes alterações de preços dos materiais no mercado são um empecilho à produção literária nacional”, contou. 

A UEA, desde a sua proclamação, explicou, tem procurado colocar no mercado livro de autores nacionais, mas tendo, sempre, em conta a qualidade do produto a ser colocado à disposição do público. "A ideia é incentivar a criação literária e contribuir, assim, para a promoção dos valores culturais nacionais, através, também, da descoberta de novos escritores”, disse.

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