Opinião

Que 2021 seja melhor

Carlos Calongo

Jornalista

Por força do repouso que os profissionais deste diário generalista merecidamente desfrutaram, por altura da festa de Natal e ano novo, não debitamos as habituais reflexões, processo retomado hoje, com algum sentido de saudação e votos de feliz e próspero ano de 2021.

09/01/2021  Última atualização 08H00
Expressamos, como primeiro desejo para o presente ano, que os votos de prosperidade formalmente contidos nos discursos de véspera de Fim de Ano, se efectivem na vida de todos os angolanos, que suportaram e venceram mais um ciclo de 365 dias que, quase de forma unânime, foi considerado de violento. 

Como da praxe, ainda vivemos o período de projecção do ano acabado de nascer e que, em todos os sentidos, auguramos que seja melhor que 2020, sobretudo na materialização do essencial à lida diária, circunstancialmente enclausurada  nas limitações impostas pela pandemia da Covid-19.Em espécie de reforço, rebuscamos a sugestão feita pelo Presidente da República, João Lourenço, na passagem de ano de 2019/2020, no sentido de que "todos os angolanos e angolanas continuem a praticar gestos humanitários e solidários em relação àqueles que se encontrem em situações mais precárias e vulneráveis”. 

O supra mencionado apelo simboliza a recuperação e exercício de uma das características que os angolanos têm no ADN, ligada aos valores de solidariedade e outras boas práticas que, infelizmente, vão sendo permutadas por hábitos importados de outras realidades, cedendo à força impositiva do mundo reconfigurado na era das novas tecnologias de informação e comunicação.

Conservar a esperança em dias melhores, apesar do natural cepticismo que a realidade conjuntural oferece, deve ser uma das ocupações dos cidadãos, instados a estarem preparados a fim de contribuírem para a busca de soluções eficazes e eficientes dos problemas que os temos como "pertença colectiva”.Tal participação, que se quer a mais profunda e activa possível, requer de todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene, a adopção de uma postura baseada na recusa de qualquer acto, por mínimo que seja, de aplaudir as más práticas, bem como a tomada de consciência da existência de problemas estruturais e transversais que dispensam abordagens eivadas de partidarismo, a considerar a Pátria, como o maior e melhor partido. 

Com a esperança de que 2021 venha a ser o ano, que a economia nacional retome níveis de crescimento capaz de devolver a alegria das pessoas ávidas de uma Angola melhor, é imperioso trabalhar-se mais e melhor, adoptar uma cultura de maior disciplina institucional, sobretudo na gestão da coisa pública.De certo que os contrários ou descontentes (?) continuarão a fazer o papel deles ou seja, aduzir todos os elementos que julgarem valiosos para inviabilizar a tendência do bem, que em substância se funda no combate contra a corrupção, o nepotismo e as demais práticas erróneas que corroem a sociedade e colocam em causa o bem estar comum.

Contra estes, a luta, para além de continuar, deve ser sem tréguas, pois maior é o interesse colectivo em desfazer-se de actos de ambição pessoal, que muitas vezes parecem perfeitas demonstrações de "esquizofrenias”, que em nada agregam valor à personalidade humana, tão-pouco à moralização da sociedade.Apesar dos resultados serem ainda ténues, alicerçando o desejo num porvir seguro, em jeito de desejo de ano novo, apela-se os compatriotas de bem, no sentido de apoiarem as boas acções implementadas pelo Executivo, visando a alteração do quadro em que nos encontrávamos de quase consagração institucional do anormal.

Recolocar Angola "no caminho da retoma dos voos comerciais internacionais de passageiros, da reabertura do turismo, do regresso às actividades desportivas e culturais com a presença do público, o ano das conferências nacionais e internacionais presenciais”, é outro desejo expresso para o ano de 2021.E, como propõe a dialéctica da vida, a quem se sente inseguro em relação ao que fazer, aconselha-se a não fazer, pois não venham, as suas dúvidas e hesitações, contaminar os actos de quem está disposto em fazer, sobretudo com coragem e determinação, como aliás, tem sido apanágio do actual paradigma de governação. Em suma, que 2021 seja melhor.

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