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Rebeldes recusam transição no Tchad

As novas autoridades do Tchad decretaram, terça-feira, um recolher obrigatório e o encerramento das fronteiras com os vizinhos, anunciou, ontem, a AFP.

22/04/2021  Última atualização 02H30
© Fotografia por: DR
A decisão do Conselho Militar de Transição, de dissolver o Parlamento e o anúncio de  um período de 18 meses até à realização de eleições, está a ser entendida pelas forças da oposição, que apoiam os rebeldes armados, como um "golpe de Estado”, uma vez que, segundo dizem, os artigos 81 e 82 da Constituição exigem que o poder seja transferido para o presidente da Assembleia Nacional.
Ontem, a AFP dizia, citando fontes em N’Djamena, que "colunas de rebeldes estavam a caminho da cidade por considerarem a morte de Idriss Déby Itno uma vitória”.

"É uma questão de tempo até eles chegarem à capital, a situação continua tensa e até a  França tem a sensação de ter perdido um aliado importante na luta contra o terrorismo no Sahel”, disse a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, enquanto assegurava que a luta anti-jihadista na região não acabou. Por sua vez, os rebeldes da Frente para a Alternância e Concórdia no Tchad (FACT), rejeitam a tomada do poder pelo filho de Idriss Déby Itno, noticiou a Panapress,  que cita fonte oficial.

"Para tudo que diga respeito à vida da nossa Nação, não devemos permitir nada de flutuante ou de indeciso. O Tchad não é uma monarquia. Não pode haver devolução dinástica neste país”, escreveu Kingabé Ogouzeimi de Tapo, coordenador político encarregue da comunicação do movimento. "As forças de Resistência Nacional da Frente para a Alternância e  Concórdia no Tchad rumam para  N’Djamena neste momento com confiança, mas, sobretudo, com coragem e determinação”, afirmou.

"A paz no nosso país não pode durar, se tentarmos impor concepções fantasistas a que os tchadianos se opõem. Pedimos o respeito pelos direitos inalienáveis do povo tchadiano”, refere o comunicado. "As forças da Resistência Nacional estão às portas de N'Djamena. Estamos lá para tocar os sinos não do ódio ou da divisão, mas para tocar o sino da paz”, indica o comunicado.
Déby Itno, que acabara de ser eleito para um sexto mandato, morreu terça-feira, devido aos ferimentos enquanto comandava o Exército contra os rebeldes.

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