Economia

Remessas de Angolanos em Portugal atingem 461,9 mil dólares

Pedro Peterson

Jornalista

O valor das remessas e outras transferências pessoais recebidas de Portugal para o país durante o segundo trimestre de 2020 foi de 461,9 mil dólares, contra os 279,8 mil registado do trimestre anterior, segundo o relatório do Banco Nacional de Angola (BNA).

11/01/2021  Última atualização 19H35
© Fotografia por: DR
O documento sustenta que este valor representa apenas 21 por cento das remessas declaradas pelo Banco de Portugal (BdP), que segundo a instituição, foram de 2,2 milhões de dólares, contra 2,6 do período anterior. 

As remessas e outras transferências pessoais recebidas do exterior cifraram-se em 1,65 milhões de dólares, contra 1,24 milhões do trimestre anterior e 918 mil do período homólogo, representando um crescimento na ordem de 32,2 e 79,3 por cento, respectivamente.

Dos principais países de origem das remessas, Portugal lidera com 28,1 por cento do valor total, seguido do Reino Unido e dos EUA com 13,5 e 11,1 por cento, respectivamente.  

O documento enfatiza que, em virtude das fortes relações históricas e comerciais existentes entre Angola e Portugal, e tendo em consideração o elevado número de angolanos residentes, Portugal tem sido ao longo dos anos o principal país de procedência das remessas e outras transferências pessoais que entram no território nacional.

Segundo o BNA, os montantes que os emigrantes angolanos enviaram para o país foram muito ínfimos, se comparado aos valores que os demais imigrantes em Angola enviaram aos seus respectivos países de origem.  

O documento acrescenta que, ao contrário do que acontece com alguns países africanos, em que as remessas constituem uma das principais fontes de entrada de divisas para o país, no caso de Angola, os recursos provenientes das remessas e outras transferências pessoais são bastante residuais e não têm grande impacto na vida das populações.

Assim, as remessas e outras transferências pessoais enviadas de Angola para Portugal no período em análise, cifraram-se em 47,2 milhões de dólares, contra 79,4 milhões do trimestre anterior. A cobertura dos dados do BNA é de 81 por cento em relação aos dados do BdP, que considera que as remessas de Angola para Portugal foram de 58,2 milhões de dólares, contra 50 milhões do trimestre anterior.
Remessas dos imigrantes
Por outro lado, as remessas e outras transferências pessoais enviadas para o exterior atingiram um valor 59,30 milhões de dólares, representando uma diminuição de 39,7 e 16,4 por cento, em  comparação ao trimestre anterior e homólogo, em que as mesmas se cifraram em 98,4 milhões e 71 milhões de dólares, respectivamente.

Dos principais países de destino das remessas e outras transferências pessoais, o destaque vai para Portugal com 79,5 por cento dos valores enviados por residentes em Angola, seguido do Brasil e do Reino Unido com 2,8 e 2,6 por cento, respectivamente.

Os dados apontam que, o peso de Portugal pode ser explicado, pela dimensão da comunidade portuguesa no nosso país, e da comunidade angolana naquele país que na sua maioria depende dos recursos oriundos dos seus familiares em Angola para suportar as suas despesas.

Uma outra razão apontada, prende-se pelo facto de Portugal se constituir uma porta de entrada das remessas destinadas a outros países europeus e não só. Ao nível do continente africano, a África de Sul e Cabo Verde figuram entre os principais países de destino das remessas, o que pode ser explicado pelo fluxo de pessoas que se dirigem à África do Sul por motivos de educação e saúde, bem como pela grande comunidade cabo-verdiana residente em Angola.

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