Sociedade

Restabelecida circulação na Estrada Nacional 230-A

Isidoro Natalício | Ndalatando

Jornalista

A circulação rodoviária na Estrada Nacional número 230-A, que liga Luanda/Dondo (Cuanza-Norte) e o resto do país, foi restabelecida ontem, depois das fortes chuvas que cairam na região.

10/05/2021  Última atualização 08H20
Dondo, município de Cambambe © Fotografia por: Edições Novembro
O trânsito retomou depois da aplicação  de latrites sobre os escombros da ponte que desabou na sexta-feira. Segundo o vice-governador para a  Área Técnica e Infra-Estruturas, Mendonça Luís, trata-se de uma solução provisória que permite a passagem das viaturas que estavam impedidas de prosseguir a viagem.

O trânsito na via pode voltar a paralisar se o caudal do rio Capacala aumentar e, em consequência, arrastar o entulho. O melhoramento da travessia reabre, também, o tráfego no troço mais curto que liga Luanda ao Centro e Sul do país.
Até ontem, contabilizavam-se duas mortes e o número de famílias afectadas subiu  de 650 para 700 (cerca de quatro mil pessoas). A maioria é do  bairro Cassesse, habitado por cerca de 12 mil pessoas.  

Entre as 22 e 23 horas de sexta-feira chovia intensamente no Dondo e, de repente, os moradores viram as residências inundadas. Em pouco tempo as águas atingiram uma altura de três metros. A maioria dos habitantes teve que fugir para locais mais seguros.

O bairro Cassesse e a zona ribeirinha ao Caminho de Ferro de Luanda foram as áreas mais atingidas. Além da ponte na Estrada Nacional 230-A,  a chuva destruiu, parcialmente, a travessia sobre o rio Cahinze, 300 metros a leste do bairro Cassua-1, ao Alto-Fina, nos 74 quilómetros de acesso a Ndalatando. Até sábado, passavam carros ligeiros, mas camiões viam-se impedidos de circular e efectivos do Comando de Bombeiros trabalhavam no local para amenizar a situação.
A chuva arrastou alimentos, roupas, animais domésticos e bens diversos, por isso, a fome é hoje a dura realidade em Cassesse.

Na opinião do morador do bairro e ex-administrador municipal de Cambambe, Francisco Diogo, a ruptura do dique pode ter sido provocada por falta de desassoreamento do rio.
Francisco Diogo afirmou que o transbordo do rio Capacala é antigo e já as autoridades coloniais tinham projectos para alterar o percurso do leito. "Previa-se afastá-lo de Cassesse, confinar as águas dos rios Cahinze e Mucozo e fazer desaguar a norte da cidade”, realçou.

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